O menino das tranças está a crescer depressa

O Benfica derrotou a Académica por 3-0, com dois penáltis convertidos por Jonas e um grande golo de Renato Sanches, mantendo a perseguição a Sporting e FC Porto.

Jonas foi o autor dos dois golos do benfica contra a Académica
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Jonas foi o autor dos dois golos do benfica contra a Académica Francisco Leong/AFP
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Renato Sanches marcou o golo da noite Francisco Leong/AFP
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Mitroglou foi titular contra a Académica Francisco Leong/AFP
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Renato Sanches feliz com o golo que marcou Francisco Leong/AFP
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Os benfiquistas festejaram por três ocasiões no Estádio da Luz Francisco Leong/AFP

A primeira boa notícia da semana para o Benfica foram os 400 milhões por dez épocas pelos direitos televisivos dos jogos na Luz para o campeonato. A segunda foi o triunfo convincente (mas não espectacular) sobre a Académica por 3-0, em jogo da 12.ª jornada da Liga portuguesa, que mantém os “encarnados” bem vivos na disputa pelos primeiros lugares. E a terceira é que Renato Sanches, o tal que não joga só por causa das tranças, está a crescer depressa. Muito depressa mesmo. A má notícia da noite foi para equipa de Coimbra, que não vai deixar de estar aflita na luta pela manutenção.

Este era um jogo entre duas equipas a atravessar o seu melhor momento no campeonato, o Benfica a estabilizar nas vitórias, a Académica a habituar-se a não perder, depois de zero pontos nas seis primeiras jornadas. Rui Vitória fez alguns ajustes ao “onze”, regressando a um 4x4x2 clássico com a reunião de Jonas e Mitroglou na frente, fazendo regressar Gaitán ao flanco e sacrificando Guedes. Quem se manteve foi o jovem Renato Sanches, titular pela primeira vez na Luz, tendo Fejsa como companheiro de sector.

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Esta equipa de Vitória era marcadamente ofensiva para enfrentar uma Académica que apenas queria defender e que se apresentava com poucos argumentos de ataque. Cedo se percebeu porque é que a equipa de Coimbra anda aflita desde a primeira jornada e este não era, de todo, o jogo para continuar a retoma. Mesmo sem fazer um jogo super-inspirado, os “encarnados” não tiveram problemas em assumir o controlo total da partida face a um adversário que tinha grande dificuldade em fazer circular a bola.

Até ao primeiro golo, o que o Benfica fez foi muito pouco. Gaitán era o foco da equipa, mas não era por culpa dele que o jogo não desenvolvia. Durante meia-hora, apenas dois ameaços à baliza de Pedro Trigueira. Aos 16’, Pizzi aproveitou uma perda de bola de Aderlan, chegou à área, mas rematou por cima. Aos 24’, Pizzi voltou a estar frente a frente com o guarda-redes da Académica, mas o seu remate levou pouca força. Pouco depois, aos 33’, o Benfica reclamou penálti num lance difícil de avaliar entre Jonas e Iago, mas, neste capítulo, o Benfica não teria mais nenhuma razão de queixa do árbitro Luís Ferreira.

Minuto 33, Gaitán é lançado em corrida na área academista, a bola vai sair pela linha de fundo, mas uma entrada desastrada de Trigueira sobre o argentino faz com que o árbitro assinalasse penálti. Na marcação, Jonas fez o 1-0 e deu expressão ao domínio “encarnado”.

Não foi propriamente o desbloqueador para uma exibição fulgurante, mas, pelo menos, teve o condão de tranquilizar um pouco a equipa, os adeptos e o próprio Rui Vitória. E a melhor forma de descrever a exibição da Académica será esta: se o Benfica quisesse jogar sem guarda-redes, podia tê-lo feito.

A segunda parte foi mais do mesmo. Domínio benfiquista contra o zero academista e mais um erro ridículo de um dos homens de negro a fazer avançar o marcador. Aos 69’, Ofori jogou a bola com o braço e o árbitro assinalou mais um penáti indiscutível contra a Académica. Na marcação, Jonas repetiu a dose e fez o segundo do jogo. A vitória já não iria fugir aos “encarnados”, mas este jogo precisava de mais qualquer coisa para não ficar para a história como um triunfo insonso graças a dois penáltis.

O melhor ficou mesmo para o fim. Aos 85’, o jovem Renato Sanches brindou o público da Luz com um tremendo remate de fora da área que só parou no fundo das redes de um mal colocado Trigueira. Um momento de brilho que só vai dar confiança a Sanches no seu processo de afirmação (que parece irreversível) no “onze” titular do Benfica. E num sector que Rui Vitória teve muitos problemas em estabilizar neste primeiro terço da época. Se o Benfica estava a pensar em ir ao mercado em busca de um médio, talvez não seja preciso. O menino das tranças vai dar conta do recado.

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