CDS diz que governo é “social-comunista” com “tralha socrática”

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Telmo Correia nesta quinta-feira no Parlamento Enric Vives-Rubio

Com fortes protestos das bancadas da esquerda, o vice-presidente da bancada do CDS Telmo Correia lançou um forte ataque ao primeiro-ministro, António Costa, que procura equilibrar-se no poder “a qualquer custo” com a ajuda de “dois banquinhos, um deles com uma perna falsa”. Entre outros argumentos, o deputado justificou a moção de rejeição com um rótulo: “Para além da tralha socrática, o que temos é um governo social-comunista”.

Na intervenção de encerramento, Telmo Correia começou por se dirigir ao “senhor primeiro-ministro não eleito”. E começaram os primeiros protestos dos deputados das bancadas mais à esquerda. Depois enunciou as falhas que vê na solução governativa. “Nasce torta porque a solução parlamentar encontrada nunca foi do conhecimento dos eleitores (...) Nasce torta porque dos quatro dos partidos envolvidos, três não quiseram integrar o Governo (...) Nasce torta porque baseia a sua sustentabilidade em acordos equívocos”, argumentou.

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O presidente do Conselho Nacional do CDS contrariou a ideia de que esta solução fez cair um muro com 40 anos. “Não caiu muro nenhum, o muro ideológico está lá. Foi o PS que caiu para o outro lado do muro”, contrapôs, justificando depois com a “clareza política” a apresentação da moção de rejeição que se sabe chumbada.

Lembrando afirmações de António Costa em 2002, como líder parlamentar do PS, em que apontava o CDS-PP como uma “espécie de banquinho que o PSD utiliza para ficar mais alto”, Telmo Correia aplicou as frases ao Governo actual. “Dois banquinhos, um deles com uma perna falsa, separados entre si e o senhor numa jigajoga a ver se se equilibra a qualquer custo. O que faz a ocasião...senhor dr. António Costa”, atirou, provocando muitos apartes de protesto nas bancadas à esquerda.  

Depois de criticar o PS por “engolir” tudo o que a “esquerda radical” lhe “pôs no prato”, o deputado centrista assinalou como curioso o comportamento do PCP. “Solidário quanto baste aqui dentro, contestatário sempre que possível lá fora”, disse. Telmo Correia criticou ainda a intervenção do ministro das Finanças Mário Centeno – “não tinha um número em concreto” – mas também as questões que PCP e BE omitiram: “Não deixa de ser curioso verificarmos que o PCP já não pergunta por nacionalizações e que Bloco já não pede explicações sobre a dívida”.

No final do discurso, o deputado assumiu que a sua bancada será oposição “ao centro” contra “este projecto radical social comunista”.

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