Banco asiático de infra-estruturas vai emprestar até 14 mil milhões por ano

O novo banco internacional, de que Portugal é accionista, é controlado pela China e visto com desconfiança pelos Estados Unidos.

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EUA, CAnadá e Japão recusaram fazer parte do novo banco proposto por Xi Jinping, o presidente chinês REUTERS/Jason Lee

O Banco Asiático de Investimento em Infra-estruturas (BAII), a nova instituição financeira internacional proposta por Pequim, vai emprestar entre 10 mil milhões e 15 mil milhões de dólares (entre 9,4 e 14,1 mil milhões de euros) anualmente nos primeiros cinco a seis anos.

Os empréstimos serão destinados ao desenvolvimento de infra-estruturas e melhores ligações entre os países asiáticos, disse o presidente da instituição, o ex-vice-ministro das Finanças chinês Jin Liqun, citado pelo jornal oficial China Daily.

O BAII, cujo acordo constitutivo foi assinado em Junho, será estabelecido este mês com um capital de 100 mil milhões de dólares, cerca de 30% dos quais assegurados pela China, e terá sede em Pequim.

Com uma participação de cerca de 13 milhões de dólares, Portugal é um dos cinquenta e sete membros fundadores, enquanto o Brasil é o nono maior accionista, com uma participação de 3.181 milhões.

O BAII "não é nem um banco chinês, nem um banco detido pelo Governo chinês, mas antes um banco que pertence a todos os países participantes", realçou Jin Liqun.

Proposto pelo Presidente da China, Xi Jinping, a instituição é vista pelos Estados Unidos da América como uma reacção de Pequim ao que considera o domínio norte-americano e europeu na ordem financeira internacional.

Entre as grandes economias do planeta, apenas EUA, Canadá e Japão não fazem parte do BAII, mas Jin Liqun lembrou que "as portas estão abertas".

No 'top 10' dos principais investidores estão Alemanha, França e Reino Unido, todos países membros da União Europeia.

"O BAAI não se deve limitar aos países asiáticos, e poderá apenas ser bem-sucedido se os países da Europa e de outros continentes participarem", frisou Jin.

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