Boquiabertos

Desremédios como estes pagam-se duas vezes - e a segunda é sempre mais cara.

As companhias farmacêuticas, como toda a gente, adoram receber rendas certinhas todos os meses.

Os antibióticos são pouco investigados e são cada vez menos úteis porque só dão dinheiro durante pouco tempo. É que as pessoas, apesar de tomarem muito mais antibióticos do que deveriam (esquecendo-se que o efeito "anti-bio" ou seja anti-vida, também mata que se farta as bactérias boas que nos protegem), deixam de tomá-los quando acaba a caixa...

Bom é inventar medicamentos que se tomam durante anos a fio e, com um bocado de sorte, toda a vida.

Culpam-se as campanhas publicitárias, disfarçadas de informações médicas, que se insinuam habilmente no armazém de ideias recebidas onde vamos todos buscar aquilo que julgamos saber. Mas nós também somos otários, absorvendo passivamente desinformação em troca de uma falsa mas convincente sensação de segurança.

Há 15 anos, por excesso de acidez no estômago, foi-me receitado o omeprazole. Estupidamente fui tomando-o todos os dias porque, de facto, acaba com a acidez no estômago. Durante 15 anos.

O problema é que o estômago precisa do ácido dele para funcionar bem. O omeprazole acabou por reduzi-lo mais ainda. Resta saber se ganhei juízo a tempo de conseguir fazer o desmame daquele amigo da onça.

Felizmente li The Microbiome Solution de Robynne Chutkan e The Diet Myth de Tim Spector. Há também um PDF grátis, Heartburn/GERD de Chris Kresser.

Desremédios como estes pagam-se duas vezes - e a segunda é sempre mais cara.

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