Ministério Público acusa suspeito de homicídio de jovem em Salvaterra de Magos

Jovem é também acusado de profanação de cadáver.

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A ideia é que o relatório passe também a abranger os dados do Ministério Público Foto: Paulo Ricca

O suspeito de matar um jovem de 14 anos, em Maio deste ano, em Salvaterra de Magos, distrito de Santarém, foi acusado pelo Ministério Público (MP) dos crimes de homicídio qualificado e de profanação de cadáver.

Segundo o despacho de acusação do MP, a que a agência Lusa teve este domingo acesso, Daniel Neves, actualmente com 18 anos, entre as 20h00 e as 21h57, de 11 de Maio, encontrou-se com Filipe Diogo no 4.º andar de um prédio na rua António Paulo Cordeiro, ao qual o arguido tinha acesso.

"Quando ambos se encontravam no interior (...), o arguido muniu-se de uma barra em ferro (...) e, sem qualquer motivo, desferiu diversas e violentas pancadas no corpo da vítima, atingindo-a por diversas vezes na zona da cabeça", relata a acusação.

O MP sustenta que as lesões provocadas por Daniel Neves a Filipe Diogo "foram causa directa e necessária da morte" do menor de 14 anos.

A acusação conta que, cerca das 14h30 de 13 de Maio, dois dias após o alegado crime, o arguido regressou ao apartamento "(...) onde deixara e ainda jazia o corpo da vítima e, arrastando-o pelas escadas do prédio colocou-o no sótão aí existente - local que o arguido sabia não ser frequentado pelos moradores do prédio -, após o que o cobriu com plásticos, cartões e madeiras aí existentes, dissimulando-o".

Para o MP, "ao munir-se de um tubo em ferro e ao desferir diversas e violentas golpadas com o mesmo na cabeça de Filipe Diogo, o arguido previu e quis atingir-lhe zonas vitais" e, dessa forma, "provocar-lhe a morte, a descoberto de qualquer motivo".

A acusação diz que o arguido "agiu de forma deliberada, livre e consciente" quando usou um bastão metálico e no momento em que escondeu o cadáver.

No decorrer do inquérito foi constituído um segundo arguido por alegado envolvimento na morte de Filipe Diogo. Contudo, o MP concluiu "inexistirem indícios suficientes" para acusar este suspeito e decidiu pelo arquivamento destes autos.

Na acusação do MP estão arroladas 15 testemunhas.

A procuradora do Departamento de Investigação e Acção Penal de Santarém manteve a prisão preventiva ao arguido, que se encontra sujeito a esta medida de coacção desde 15 de Maio.

Daniel Neves - que está ainda a ser julgado noutros quatro processos por vários crimes de furto - encontra-se detido num estabelecimento prisional para jovens, em Leiria.

Contactada pela Lusa, a advogada do arguido confirmou já ter sido notificada da acusação do MP.

Amélia Vasco acrescentou que, em princípio, vai requerer a abertura de instrução do processo.

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