Costa diz que "felizmente" os mercados já não dão ouvidos a Passos

Para o líder do PS, reina a "tranquilidade" nas instituições internacionais perante a formação de um executivo socialista.

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O secretário-geral do PS considerou nesta quinta-feira que, "felizmente", já nem os mercados financeiros "dão ouvidos" ao primeiro-ministro e à ministra das Finanças, contrapondo que reina a "tranquilidade" nas instituições internacionais perante a formação de um executivo socialista.

António Costa fez esta afirmação na parte final do discurso que proferiu num plenário de militantes do PS/Lisboa, em que nunca se referiu ao papel do Presidente da República na presente conjuntura política.

De acordo com o líder socialista, após o parlamento ter reprovado o programa de Governo da coligação PSD/CDS, "a reacção da direita tem sido destemperada".

Mas mais, segundo António Costa: Pedro Passos Coelho e a ministra das Finanças, "em Portugal, no estrangeiro ou junto das instituições financeiras, "de forma absolutamente leviana, andaram a criar uma ideia sobre o país que, se alguém tivesse levado a sério, teria afectado gravemente os interesses nacionais".

"Felizmente, já nem os mercados lhes dão ouvidos. Apesar dos grandes esforços que [Pedro Passos Coelho e Maria Luís Albuquerque] têm feito, temos ouvido a Comissão Europeia com uma posição serena — e só impaciente por não haver condições de haver um Governo que apresente um Orçamento —, temos ouvido palavras de tranquilidade do insuspeito ministro das Finanças alemão sobre o processo político em Portugal e temos o presidente do Eurogrupo e as agências de rating tranquilos", referiu o líder socialista.

O secretário-geral socialista acusou ainda o Governo de ter criado antes das eleições "a mentira" e o "embuste" de que os contribuintes iriam recuperar 36% do total da sobretaxa de IRS em 2016.

"Quando os ouço falar em fraude, só me lembro daqueles eleitores que acreditaram nas notícias que foram dadas a poucas semanas das eleições, segundo as quais a gestão financeira tinha sido tão boa, que o país tinha os cofres tão cheios, que 36% [da sobretaxa de IRS] seriam recuperados pelos contribuintes", apontou António Costa.

Para o secretário-geral do PS, "tratou-se de uma mentira, porque afinal hoje sabe-se que não se vai recuperar nem um cêntimo da sobretaxa de IRS". "Isso foi uma mentira, foi um embuste. Temos de mudar de política", acrescentou.

 

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