IPSS dizem ter vagas para acolher pessoas abandonadas nos hospitais

Instituiições de solidariedade dizem que conseguem resolver entre 100 a 150 casos sociais por ano. Governantes foram vacinados no lançamento de operação em lares de idosos.

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O secretário de Estado da Segurança Social, Agostinho Branquinho, que acompanhou a visita ao lar de idosos, também se vacinou. Marco Duarte
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Secretário de Estado da Saúde, Eurico Castro Alves, também deu o exemplo Marco Duarte
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Álvaro Almeida, presidente da Administração Regional de Saúde do Norte, foi vacinado contra a gripe Marco Duarte
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Marco Duarte

Os representantes das instituições particulares de solidariedade social  (IPSS) disponibilizaram-se para arranjar solução para os casos de pessoas abandonadas nos hospitais, mas ainda não foi possível chegar a acordo com o Ministério da Saúde. Serão “entre 100 a 150 casos por ano”, calcula o presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), Lino Maia, que acredita, mesmo assim, que o acordo com o Ministério da Saúde “está para breve” e será ultimado antes de o período epidémico da gripe chegar.

“Não há acordo, mas há uma base de acordo, disponibilizamos vagas nos lares de idosos para pessoas abandonadas nos hospitais.,Agora, a Saúde tem que financiar [o valor do custo de um utente que ronda os mil euros por mês] e garantir também a assistência médica e medicamentosa e o transporte para tratamentos”, explicou Lino Maia ao PÚBLICO.  “Reabrimos o processo de negociação [já tinha sido proposto no Inverno passado, sem sucesso] para ver em que medida o sector solidário pode colaborar com o Estado, no caso de o surto da gripe não ser suportável pelo Serviço Nacional de Saúde”, corroborou o presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), Manuel Lemos.

Estas explicações foram dadas depois de o secretário de Estado da Saúde, Eurico Castro Alves, se ter reunido no Porto com os representantes da CNIS, da UMP e a União das Mutualidades Portuguesas, num lar de idosos, onde deu início a uma operação de vacinação contra a gripe “à escala nacional”, sendo ele próprio vacinado. Também o secretário de Estado da Segurança Social, Agostinho Branquinho, foi vacinado contra a gripe, no Lar de Monte dos Burgos, onde vivem 146 idosos.

Nas próximas duas semanas, pretende-se vacinar “o máximo possível de  pessoas de risco”, sobretudo as que têm mais de 65 anos e os profissionais de saúde, disse Eurico Alves, que precisou que estão já imunizados mais de um milhão de portugueses.

Sem conseguir contabilizar quantos são os casos sociais (pessoas abandonadas) nos hospitais, o governante disse apenas aos jornalistas que está “a trabalhar em conjunto” com as IPSS para que, no “período de surto máximo [de gripe]”,  haja uma resposta adequada. O encaminhamento de alguns casos para os privados, que também está previsto no plano de contingência para o próximo Inverno, será uma situação “limite”. “Estou em crer que não será necessário”, enfatizou.

Mas estas são apenas duas das medidas delineadas pelas autoridades de saúde para evitar que se repita a situação caótica vivida no Inverno passado. O  Instituto Nacional de Emergência Médica está preparado “para colocar macas em qualquer parte do território” e a  Direcção-Geral da Saúde (DGS) vai definir o “período crítico da gripe, quando começa e quando acaba”,  o que permitirá prever “com alguma exactidão qual será o período de maior pressão” nos hospitais, anunciou. Fazer este tipo de previsão é simples. “ Isto é tecnicamente possível : “A gripe começa normalmente  no Norte da Europa e demora alguns dias a cá chegar”.

Eurico Alves acredita que que, este ano, vai ser possível  “estar à altura” e responder devidamente à pressão acrescida.  “No ano passado, a afluência foi muito grande e inesperada. Aprendemos com o que aconteceu e estamos focados para que não se repita, estamos a agir agora para não ter que reagir depois”, sublinhou. 

O Lar de Monte dos Burgos é gerido pelo Centro Cultural e Desportivo dos Trabalhadores da Segurança Social.

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