O candidato à presidência da República deixou em Bruxelas a garantia de que Portugal registará um défice abaixo dos 3% independentemente de quem vier a formar governo.

Marcelo Rebelo de Sousa, que se encontrou esta quinta-feira com o presidente da Comissão Europeia Jean-Claude Juncker, disse que a Europa está a seguir com "muita, muita atenção" as contas orçamentais portuguesas e  "muito preocupada" que Portugal garanta um défice abaixo dos 3%. 

"A Europa está naturalmente preocupada com a apresentação das linhas gerais do orçamento para o ano que vem, mas está também muito preocupada com a garantia de que o défice não vai subir," disse Marcelo à saída da reunião.

Portugal está em incumprimento com as regras europeias desde 15 de Outubro por não ter ainda enviado o seu plano orçamental para o próximo ano.

As últimas estimativas da Comissão Europeia apontam para que Portugal registe um défice de 3% do PIB este ano e de 2.9% em 2016. Contas feitas tendo por base um cenário de políticas invariáveis, uma vez que não recebeu qualquer orçamento. 

A possibilidade do novo governo vir a ser formado pelo Partido Socialista, com apoio do Bloco de Esquerda e do PCP, tem levantado algumas questões sobre a reversão das políticas de austeridade pondo em causa a diminuição do défice. Mas para Marcelo tal questão não se levanta.

"Essa foi uma garantia que eu tentei dar. Qualquer que seja o cenário de evolução política em termos de governo não parece provável que haja uma mexida no défice," disse o candidato à presidência. Marcelo adiantou ainda que não há "sinal de alarme" em relação à evolução financeira portuguesa.