Pais de prematuros querem subsídio a 100% e vacinas gratuitas

Pais querem mais informação sobre as implicações futuras da prematuridade.

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O centro vai permitir a aprendizagem específica da observação e avaliação do desenvolvimento dos bebés prematuros e em risco Dulce Fernandes

Os pais de crianças muito pré-termo (menos de 32 semanas) gostavam de ter quartos individuais nos hospitais para poderem acompanhar os filhos durante o prolongado internamento nas unidades de cuidados intensivos neonatais (UCIN) e queriam ter um banco de leite humano nestas unidades. Às autoridades governamentais, pedem um subsídio a 100% durante o período de internamento e condições de trabalho flexíveis que facilitem a presença de ambos no hospital, além da extensão do número de dias do subsídio para assistência ao filho, depois da alta. Pedem também que os leites sejam comparticipados e que as vacinas aconselháveis para prematuros sejam gratuitas.

Estas são as principais carências identificadas no âmbito do projecto PACO (Papéis Parentais e Conhecimento em Unidades de Cuidados Intensivos Neonatais), do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto. Com o objectivo de integrar as perspectivas e experiências de mães e pais de crianças muito pré-termo no desenho dos cuidados intensivos neonatais, foram inquiridas 120 mães e 91 pais de crianças internadas numa de sete UCIN da região Norte do país, e, quatro meses mais tarde, foram entrevistados 41 casais.  

Resultado? A principal fonte de stress para os pais de crianças muito prematuras é aprender a desempenhar o seu novo papel. "As alterações nos papéis parentais são mais perturbadoras para os pais do que a aparência e o comportamento do bebé e do que as imagens e os sons da UCIN", concluíram os investigadores.

Deixando para segundo plano o seu conforto, os pais enfatizam a importância de estarem informados, mesmo sobre os procedimentos diários considerados insignificantes nas unidades de cuidados intensivos, além de realçarem a necessidade de mais informação sobre as implicações futuras da prematuridade.

Este projecto permitiu também compreender como é que os os pais lidam com esta experiência. Fazem-no de formas muito distintas, mas apenas uma minoria procura suprimir a experiência. A maior parte "normaliza" a situação e desvaloriza o sofrimento pessoal e, quatro meses após o parto, avalia já a sua qualidade de vida como "boa" ou "muito boa".

 

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