Câmara do Porto preocupada com a sobrecarga de responsabilidades do presidente

O democrata-cristão Manuel Aranha pode vir a substituir Paulo Cunha e Silva. Se não aceitar, entra o oitavo na lista do presidente, Rui Loza

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Rui Moreira diz que a sua candidatura não tem lógica partidária NFactos/Fernando Veludo

Há quem defenda que a substituição do vereador da Cultura da Câmara do Porto, Paulo Cunha e Silva, deveria ser aproveitada para Rui Moreira fazer um reajustamento dos seus próprios pelouros. O presidente assumiu nesta quarta-feira o pelouro da Cultura e na equipa do executivo há pessoas preocupadas com o presidente pela sobrecarga de responsabilidades que tem em cima dos ombros.

“Deveria haver um reacerto dos pelouros, mas isso não tem de ser feito já”, declarou ao PÚBLICO um vereador, considerando que o pelouro da Cultura só podia ficar na alçada do presidente.

Para além da própria presidência e agora da Cultura, Rui Moreira tem os pelouros do Desenvolvimento Económico e Social e do Desporto Lazer e Turismo. Paralelamente tem a Direcção Municipal da Presidência, Departamento Jurídico e do Contencioso e Departamento Municipal de Turismo.

De acordo com a lei, Manuel Aranha (CDS), um engenheiro electrotécnico da Efacec, pode ser o novo vereador da Câmara do Porto, mas se optar por renunciar ao mandato, o senhor que se segue chama-se Rui Loza e já se estreou nas lides autárquicas, substituindo autarcas independentes em algumas reuniões do executivo.

Tanto Manuel Aranha como Rui Loza integram a lista de vereadores suplentes do actual presidente, eleito pelo Movimento Independente O Porto é o Nosso Partido, ocupando respectivamente o sétimo e oitavo lugares. Da lista de suplentes fazem ainda parte Isabel Martins, Helena Tavares, Luís Rebelo, Mário Santos Pinto e Francisco Ramos, este último ex-líder da concelhia do PSD-Porto entre 2004 e 2005 e director de campanha de Rui Rio nas autárquicas que lhe deram a primeira maioria absoluta, em 2005. Serão chamadas de acordo com a ordem que tinham e a escolha dependerá, depois, da disponibilidade que tiverem para o cargo caso Manuel Aranha e Rui Loza não quiserem ter um lugar no executivo.

O PÚBLICO contactou nesta quarta-feira sem sucesso Manuel Aranha. Já quanto a Rui Loza, o arquitecto considerou a questão “inoportuna”. “Primeiro é preciso celebrar a honra de quem merece. [A sua substituição] não é assunto para hoje”, disse.

A perda de Paulo Cunha e Silva é considera “insubstituível”. “Paulo Cunha e Silva era uma força que nos aliviava”, declarou o vereador socialista Manuel Pizarro, considerando que a “obrigação” da câmara agora é “prosseguir a obra dele. O que nos resta é tentar levar as suas as ideias por diante”.

Segundo fonte oficial citada pela Lusa, Rui Moreira nomeou para seu adjunto Guilherme Blanc, que ocupava o mesmo cargo junto de Paulo Cunha e Silva. O presidente do executivo deu também instruções para que "se mantivesse toda a programação" cultural da cidade, por entender que seria "essa a vontade" de Paulo Cunha e Silva. O autarca deu também indicações para que "nenhuma actividade do pelouro fosse interrompida ou cancelada" e nomeou como seu adjunto o adjunto do vereador, Guilherme Blanc.

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