Costa celebra fim do “direito natural a governar” da direita

O líder do PS, António Costa, saudou esta terça-feira o “sentido de responsabilidade patriótica” dos partidos que assinaram as posições comuns que virão a suportar um governo socialista.

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António Costa falou uma única vez no debate do programa do Governo Enric Vives-Rubio

Depois de sublinhar de forma insistente que a coligação de direita tinha ficado “em minoria” no Parlamento, António Costa destacou o facto “inédito” da sintonia da esquerda para apoiar um governo do PS. “As bancadas parlamentares do PS, BE, PCP e Verdes garantem o suporte parlamentar maioritário que permite a formação de um governo do PS com condições de governação estável no horizonte da legislatura.” Este foi um dos momentos em que o líder do PS conseguiu ter no Parlamento algo de muito raro, com as bancadas do PS, Bloco e alguns deputados do PCP a aplaudir o seu discurso.

O mesmo aconteceu quando se referiu à lição que a direita estava a aprender com o debate em curso: “É também chegado o momento de perceberem, de uma vez por todas, que não gozam do direito natural a governar e que todas as forças políticas representadas nesta câmara gozam de igual legitimidade para apoiarem e participarem nas soluções de governo.”

Costa destacou, por mais de uma vez, o momento histórico que estava a testemunhar em São Bento. “Acabou um tabu, derrubou-se um muro, venceu-se mais um preconceito. Aqui nesta Assembleia, somos todos diferentes nas nossas ideias, mas somos todos iguais na nossa legitimidade”, rematou perante os aplausos do seu grupo parlamentar, do BE e de alguns deputados do PCP.

Assim, mais do que criticar o programa de governo de Passos Coelho, o secretário-geral do PS optou por realçar o fracasso de Passos Coelho em conseguir um entendimento e destacar o sucesso do acordo à esquerda. “Não nos antecipámos ao PSD. Conseguimos cumprir aquilo que o PSD não foi capaz de fazer”, disse no Parlamento no encerramento do debate sobre o programa de governo.

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