França repõe controlos de fronteiras durante cimeira do clima da ONU

Com milhares de pessoas a rumar a Paris, incluindo os principais chefes de Estado mundiais, estão em causa ameaças à segurança pública.

Foto
Segurança reforçada para a cimeira do clima em Paris JOEL SAGET/AFP

O Governo francês anunciou a reposição do controlo das fronteiras no país durante um mês por ocasião da cimeira do clima das Nações Unidas deste ano, a COP21/CMP11. Entre 30 de Novembro e 11 de Dezembro, Paris acolhe representantes de todo o mundo para a negociação de um acordo climático global. São esperados milhares de pessoas na capital francesa, e o controlo de fronteiras é restabelecido como medida de segurança.

No total estarão representados na cimeira de Paris cerca de 200 Estados, num evento que mobiliza jornalistas, peritos, organizações não governamentais e activistas de todo o mundo. Para a cerimónia de abertura, 80 chefes de Estado marcam presença, entre os quais os presidentes Barack Obama e Xi Jinping.

Com vários protestos previstos durante o decorrer do evento, as autoridades estão em alerta. Está agendada para dia 29 de Novembro uma manifestação na cidade, e activistas irão cercar o centro Le Bourget, onde irá decorrer o COP21, no último dia da sessão.

O ministro do Interior francês, Bernard Cazaneuve, declarou que, “em contexto de ameaça terrorista e risco para a ordem pública”, a França suspende a livre circulação prevista no espaço Schengen e encerrará as fronteiras de 13 de Novembro a 13 de Dezembro.

Ainda no rescaldo do atentado de Janeiro ao jornal Charlie Hebdo, e depois da tentativa de ataque de um radical islâmico num comboio para Paris em Agosto, os receios de um atentado terrorista aumentam.

No actual cenário de crise migratória na Europa, em que milhares de refugiados tentam chegar aos países onde desejam pedir asilo, encontrando pelo caminho cada vez mais entraves, Cazaneuve explicou que a reposição de controlo fronteiriço “não é uma violação dos acordos de Schengen, que prevê o encerramento temporário de fronteiras internas sob condições especiais, que correspondem às do COP21”, nomeadamente ameaças à segurança. Em Dezembro de 2009, a Dinamarca fez o mesmo no âmbito do COP15.

Sugerir correcção
Comentar