Oposição recebe com prudência anúncio da nova localização da Feira Popular

Eleitos do PSD e do PCP na Câmara de Lisboa vêem como positivo que se tenha chegado a uma solução mas alertam para os impactos que o novo equipamento terá na zona de Carnide.

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Imagem virtual da nova feira DR

O vereador José Sá Fernandes, que no acordo político que assinou em 2013 com o PS colocou a instalação de uma Feira Popular em Lisboa como uma das “prioridades programáticas”, era esta terça-feira um homem feliz. “Estou muito contente. Ando aqui a lutar por isto há muitos anos”, confessou o autarca.

“Ter um parque de diversões era uma ambição da cidade desde há 12 anos”, frisou, lembrando que a anterior “foi desmanchada abruptamente”. O vereador da Estrutura Verde não tem dúvidas de que o novo equipamento será “melhor, maior e para todos”, além de apresentar uma outra vantagem: “será integrada na estrutura ecológica” do concelho de Lisboa.

Já a oposição camarária reage ao anúncio do presidente da Câmara de Lisboa com prudência. “É bom que haja esta proposta, que já tardava tanto”, diz o vereador Carlos Moura, do PCP, acrescentando que observa “com interesse” a localização apontada. Ainda assim, o autarca sublinha que é preciso “aguardar” até que a opção por Carnide “seja apresentada em reunião de câmara com algum desenvolvimento mais”.

Enquanto tal não acontece, Carlos Moura adianta que a solução em cima da mesa lhe suscita “algumas preocupações”, nomeadamente em termos de trânsito e de ruído. A esse respeito, o autarca lembra que a nova feira popular será “um foco gerador de ruído” e irá implicar um acréscimo do tráfego automóvel na zona.

Também António Prôa, do PSD, se diz “preocupado” com o impacto que a instalação da feira popular terá no território. “É preciso saber que cuidados haverá com os moradores”, frisa, sublinhando a necessidade de se compatibilizar a instalação do novo equipamento com o seu “descanso”.

O autarca quer também perceber “que estudos foram feitos”. “Isto é apenas uma ideia ou é uma ideia consistente?”, pergunta, defendendo ainda a urgência de haver esclarecimentos sobre qual é o investimento que a câmara prevê fazer neste projecto e sobre o prazo em que se propõe concretizá-lo.     

António Prôa dá ainda nota de “alguma insatisfação” pelo facto de Fernando Medina ter “sonegado informação aos órgãos do município” e ter escolhido anunciar a nova localização da feira popular em conferência de imprensa. “Em qualquer caso é uma boa notícia, que infelizmente demorou muito”, conclui, lamentando que não tenha sido ainda encontrada uma solução para o Parque Mayer.

O vereador do CDS, João Gonçalves Pereira, preferiu não fazer qualquer comentário, por considerar que esta é uma matéria que “merece ponderação”.

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