Não há legitimidade política para a esquerda formar executivo, diz Portas

Para Paulo Portas qualquer tentativa da esquerda para chegar ao poder "na secretaria" estará "ferida de ilegitimidade desde o primeiro dia".

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Para Portas, os resultados das eleições transmitiram um sinal de continuidade Daniel Rocha/PUBLICO

"O que está em causa é saber hoje se o voto dos portugueses prevalece face a tentativas de secretaria, como no tempo do PREC (Período Revolucionário Em Curso) havia quem dissesse que a legitimidade revolucionária se sobrepunha ao voto", vincou o vice-primeiro-ministro.

Paulo Portas disse que "não é uma questão de legalidade, mas de legitimidade" e que "se querem tentar na secretaria chegar ao poder, [tal Governo] estará ferido de ilegitimidade política desde o primeiro dia". O vice-primeiro-ministro justificou ter tomado posse porque a coligação ganhou as eleições e o PS perdeu e essa é a regra em democracia. "Sem maioria absoluta e, por isso, a coligação entendeu que deve governar e procurar compromissos em diálogo com o maior partido da oposição", afirmou.

Para Portas, os resultados das eleições legislativas de 4 de Outubro passado transmitiram um sinal de continuidade, "porque os portugueses disseram que não querem mais aventuras com o défice e com a dívida", e de evolução, no sentido de uma política realista e gradualista de recuperação de rendimentos. Salientando que "mais de 80% dos deputados eleitos acredita no projecto europeu", o líder do CDS-PP disse que "muitos portugueses estranham o que está a acontecer e temem o impacto negativo e as consequências económicas" que daí possam advir.

Aludiu às "negociações muito pouco públicas" entre o PS, PCP e BE, para lembrar António Costa de que afirmou que só bloquearia um Governo da coligação se conseguisse transformar a maioria negativa no parlamento em maioria positiva de executivo. Portas questionou, por isso, onde estão os sinais consistentes de estabilidade e duráveis para tal, sublinhando as diferenças acentuadas entre o PS e o PCP em matérias como o Tratado Orçamental, as metas do défice ou mesmo a presença no euro.

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