A visita a Luaty e as queixas do regime

O regime angolano tem por péssimo hábito dirigir recados ao poder político português através do Jornal de Angola (JA). Antes o fizesse às claras, em lugar de fingir reserva em público e depois, sub-repticiamente, patrocinar a ameaças veladas no seu jornal oficial. Pois bem: o crime, diz o JA, terá sido a visita do embaixador português em Luanda ao activista Luaty Beirão, detido e em greve de fome. O JA fala em “precedente grave” e “ingerência desabrida” que “ultrapassa todos os limites”. Mas porque não protestam contra a União Europeia, Espanha, Reino Unido ou Suécia, que também visitaram Luaty, através de diplomatas seus? É simples: porque se acham em condições de mandar em Portugal, gritando-lhe insultos. Desenganem-se. Luaty, como se sabe, tem também nacionalidade portuguesa. Só isso justificaria a visita. Mas há outras razões: humanitárias, aquelas que o regime angolano miseravelmente desconhece.

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