Numa curta declaração à saída da casa onde vive José Sócrates e da qual o ex-primeiro-ministro ainda não saiu desde que foi colocado esta sexta-feira em liberdade, um dos seus advogados, João Araújo, qualificou como falsas algumas afirmações que constam de um comunicado da Procuradoria-Geral da República sobre a alteração da medida de coacção.

“O Ministério Público insiste em esconder que levou uma trepa”, declarou João Araújo referindo-se à decisão do Tribunal da Relação de Lisboa de fazer cessar o segredo de justiça. “O MP não pode continuar com os expedientes dilatórios com que se estava a entreter. É uma vigarice. Uma tentativa de enganar as pessoas. Querem esconder a derrota deles. A procuradora-geral insiste que foram eles que libertaram o engenheiro José Sócrates. Foi uma decisão imposta pelo Tribunal da Relação”, acrescentou o advogado.

“Importa agora que o tribunal declare inválidos todos os actos praticados desde 15 de Abril”, disse também o advogado Pedro Delille. A decisão do Tribunal da Relação de Lisboa determina apenas o fim do segredo de justiça para as partes no processo desde aquela data.

Na segunda-feira, os advogados irão receber cópia do processo e começar a analisá-lo pela primeira-vez.