Futuro responsável da VW para a América do Norte demite-se

Winfried Vahland era presidente da Skoda e decidiu deixar a empresa por discordar com a visão do grupo.

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Winfried Vahland estava no grupo desde 1990 ODD ANDERSEN/AFP

O executivo que o Grupo Volkswagen tinha nomeado para dirigir as operações na América do Norte – um novo cargo criado na sequência do escândalo das emissões e como parte de uma mudança profunda na estrutura da multinacional – decidiu deixar a empresa, sem ter chegado a assumir o lugar.

O conselho de supervisão tinha escolhido Winfried Vahland, presidente da Skoda (uma das marcas do fabricante alemão) para liderar uma nova estrutura da Volkswagen, que agrupa o Canadá, EUA e México e que foi criada poucos dias após o rebentar da crise da fraude.

Vahland demitiu-se ao fim de 25 anos na empresa, por discordar da estratégia do grupo. “Visões diferentes para a organização da nova região levaram a esta decisão. Esta decisão não está de todo relacionada com os acontecimentos actuais relacionados com a questão dos motores diesel”, explica a Skoda, em comunicado.

A demissão é mais um percalço para o grupo que continua a tentar limpar a imagem e cuja fraude acendeu o debate sobre as desvantagens dos motores a gasóleo, um assunto controverso o suficiente para provocar discórdias dentro do Governo alemão.

Nesta quarta-feira, o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, criticou uma proposta dos seus colegas com a pasta do Ambiente e da Economia, que sugeriram subsídios estatais para a compra de carros eléctricos, uma tecnologia em que as marcas japonesas têm mais reputação do que os fabricantes alemães. Segundo a agência Reuters, Schaeuble afirmou que incentivos à compra seriam problemáticos, porque poderia haver situações de aproveitamento indevido das comparticipações estatais.

A ministra do Ambiente, Barbara Hendricks, também defendeu a necessidade de testes mais rigorosos à emissão de gases poluentes. Actualmente, na União Europeia, os testes são feitos em ambiente de laboratório, com os carros em cima de dispositivos concebidos para simular a circulação (era quando estavam nestes dispositivos que os carros da Volkswagen emitiam menos óxido de azoto). A partir do próximo ano, passarão a ser feitos testes também nas estradas.

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