Sangue Novo, novos prémios e uma ida para Marte na primeira noite da ModaLisboa

Duas colecções de jovens criadores premiadas e o Verão de 2016 a começar a despontar no Pátio da Galé. Flores com Luís Carvalho, colaboração com os AwaytoMars.

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Bruno Lisita / Público
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A primeira noite da 45.ª edição da ModaLisboa foi de prémios. Sara Santos, graduada da Escola Superior de Artes e Design de Matosinhos, apresentou-se pela primeira vez em passerelle e recebeu um Master Level Certificate in The Fashion Area na conceituada Domus Academy, em Milão. Tânia Nicole regressou ao Sangue Novo com Individuality e vai mostrar as suas propostas no festival holandês FashionClash, com o qual a organização da ModaLisboa tem uma parceria há um ano.

Com elogios à “inovação e criatividade da nova geração de designers”, a presidente da Associação ModaLisboa, Eduarda Abbondanza, entregou o troféu da noite ao Teen Takeover de Sara Santos, 12 anos depois de os novos talentos do Sangue Novo terem ido a concurso pela última vez. No masculino, e apenas com seis coordenados, Sara Santos iluminou a sala de desfiles com um capacete com luzes e propostas desportivas — casacos bomber em neopreno, impermeáveis compridos.

Já o Verão 2016 de Tânia Nicole despontou com Os vampiros, de Zeca Afonso, e os seus homens de kilt, calções e sandálias, inspirada no grupo londrino Men’s Dress Reform Party dos anos 1920.

Entre os restantes sete Sangue Novo, a repetente Cristina Real mostrou uma colecção muito feminina, com saias peplum e pele branca com brilhantes; Banda estampou eléctricos em t-shirts, casacos desportivos, camisas desconstruídas; Ruben Damásio privilegiou o branco e o cinzento tanto para homem, como para mulher; Patrick de Pádua inspirou-se no basebol, Carolina Machado estreou-se com gangas desfiadas; Carlotaoms iluminou a passerelle com amarelo limão; Inês Duvale trouxe guerreiros com saias e o convidado David Catalán fez da sala um baile de finalistas onde rapazes e raparigas se vestiram de rosa-pastilha elástica e preto.

A seguir, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, na plataforma de micromarcas Lab, os AwaytoMars regressaram com t-shirts, impermeáveis, calças ou vestidos. A marca quer democratizar a autoria num site colaborativo, lançado em Março e em funcionamento pleno há dois meses. Cortes diferentes em peças básicas são como uma tela em branco para que qualquer pessoa possa contribuir com inspirações e alterações.

“Ainda é um projecto muito controlado por nós mas, a partir do próximo desfile, a participação das outras pessoas vai ser muito mais nítida”, explica ao PÚBLICO Alfredo Orobio, um dos mentores do projecto, cuja segunda colecção, vista por uma sala cheia, teve já os inputs de 30 pessoas.

“Já conseguimos entender algumas tendências através das contribuições dos utilizadores. É mais fácil propor estampas do que peças concretas”, diz Carlo Valentini. O objectivo do colectivo, que a partir de 1 de Dezembro começará a analisar as imagens e peças já propostas pelos membros da plataforma homónima para a próxima colecção, é expandir a outras áreas do design. “Mas com calma, o importante é fazer bem cada passo”, sorri Valentini.

Os tecidos vão continuar a ser simples. “É essa a beleza do projecto, trabalhar algo tão simples e conseguir algo tão belo”, diz, apontando para as costuras diagonais presentes na sua camisa e em todas as peças apresentadas em passerelle.

Catarina Oliveira vestiu os seus homens com estampados e plissados que representam “transgressões às normas e aos limites auto-impostos” em túnicas fluidas, sem género e em tons pêssego e branco.

De regresso à sala de desfiles do Pátio da Galé, que recebeu a presença do ministro da Economia, António Pires de Lima, Luís Carvalho passou para a passerelle principal — o crescimento da marca justificou a saída da plataforma Lab — e mostrou uma Flower Explosion, onde as flores são exploradas de várias formas e materiais. A actriz Inês Castel-Branco abriu o desfile com um vestido preto sem ombros, em duas camadas amplas, brilhos e transparências. As silhuetas, ora cingidas à cintura, ora quadrangulares, desdobraram-se para homem e mulher, com materiais impermeáveis pretos em vestidos compridos e plissados longos, contrabalançados com cetins diversos tons de azul e branco.

A noite terminou com Carlos Gil e The New Sartorial, uma colecção já apresentada em Milão com o apoio do Portugal Fashion, e que “mantém a pureza e a perfeição do corte de alfaiate” reinventando-o com “peças que vivem da diferença”. Glitter e lantejoulas em camisas brancas, saias rodadas ou calças subidas em campânula com coletes em tons de laranja, azuis e branco.

Neste sábado é a vez de Nair Xavier, Olga Noronha e Ricardo Andrez, do Lab, da joalharia de Valentim Quaresma ou dos veteranos Miguel Vieira, Ricardo Preto e Alexandra Moura apresentarem a próxima Primavera/Verão na ModaLisboa, que termina domingo, no Pátio da Galé.

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