Henrique Neto: PS fez “bem” ao não apoiar candidato na primeira volta

Se o PS decidisse apoiar um dos candidatos, tal “iria dividir o partido”, diz o socialista que está na corrida a Belém.

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Rui Gaudêncio

O candidato à Presidência da República Henrique Neto considera que o PS decidiu “bem” ao anunciar, depois da reunião da Comissão Política, que se vai manter neutro, na primeira volta das eleições presidenciais, dando liberdade de voto aos militantes.

“Fez bem. É evidente que, havendo mais do que um candidato da área do PS, não deveria apoiar nenhum candidato. Isso iria dividir o partido. Há apoiantes para todos os candidatos. Não seria justo escolher um. Uma razão é essa, não dividir o partido. A outra é uma razão democrática, do equilíbrio que uma democracia implica”, disse nesta quarta-feira Henrique Neto ao PÚBLICO.

Na reunião da comissão política do PS, que terminou nesta quarta-feira de madrugada, ficou decidido que, “não havendo condições para organizar primárias, o PS apela à mobilização e participação livre e activa dos militantes no apoio, à primeira volta, à candidatura da sua preferência”.

Henrique Neto congratulou-se ainda com a decisão do PS de se reunir com os vários partidos do Parlamento: “Penso que PS e [o líder] António Costa estão a tomar as decisões certas”, disse, deixando assim não só um elogio ao PS, como uma crítica ao Presidente da República. Henrique Neto defende ser “correcto” que haja negociações com todos, que quem votou na esquerda deve ser representado e que “a democracia obriga a que não se exclua ninguém do processo democrático”.

A comissão política mandatou António Costa para “desenvolver na globalidade do quadro parlamentar todas as diligências julgadas necessárias” para que a “vontade dos portugueses não se perca na ingovernabilidade”.

O único “desgosto” de Henrique Neto é mesmo o facto de o PS continuar a referir-se apenas à existência de duas candidaturas presidenciais da área socialista que podem vir a ser apoiadas por este partido – Maria de Belém e Sampaio da Nóvoa. Entre outras razões, lembra que é militante, que tem “passado” no partido. “O PS não está a ser nada justo comigo. Devia haver um pouco mais de serenidade no PS relativamente às presidenciais e uma avaliação mais rigorosa do passado e da experiência dos diferentes candidatos ao lugar importante da Presidência da República.”

Em nota enviada nesta quarta-feira à comunicação social, também o candidato presidencial Castanheira Barros garante não só que vai continuar “a divulgação” do seu projecto de candidatura “através do contacto directo com a população”, como aproveita para lembrar que continua a aguardar “resposta ao pedido de audiência” que enviou aos partidos com assento parlamentar.

 

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