Último Inverno teve mais 5500 mortes do que era esperado

Gripe e tempo frio foram responsáveis pelo surto mais mortal desde o Inverno de 1998/99, dizem especialistas

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A campanha da vacinação contra a gripe arrancou há menos de uma semana Público/ Arquivo

A gripe e o tempo frio no último Inverno fizeram mais de 5500 mortes além do que era esperado, segundo o relatório do Programa Nacional de Vigilância da Gripe divulgado esta terça-feira e referente à época gripal 2014/2015.

“Estimou-se, no total, um excesso de 5591 óbitos em relação ao esperado, correspondendo a uma taxa de 54 óbitos por cada 100 mil habitantes”, refere o relatório do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA), apontando que o excesso de mortalidade ocorreu sobretudo nos dois primeiros meses deste ano. 

O período de excesso de mortalidade coincidiu com a epidemia da gripe e com um período de temperaturas mínimas abaixo do normal, explica. Das mortes em excesso, 93% podem ser atribuídas a uma das duas causas, estimando-se que 76% dos casos terão ficado a dever-se à gripe e 17% à vaga de frio.

Em Fevereiro, quando foram conhecidos os resultados preliminares da vigilância da gripe, a época 2014/2015 tinha sido já apontada como a que teve o maior registo de mortes além do esperado desde a época gripal 1998/1999, na qual se verificaram 8514 óbitos.

Numa análise aos casos de gripe com necessidade de observação nos cuidados intensivos, o INSA concluiu que cerca de 80% dos doentes tinham uma doença crónica subjacente e que apenas 15% estavam vacinados contra a gripe sazonal.

A taxa de letalidade foi estimada em 23,7%, quase o dobro da registada na época anterior, verificando-se que 70% das mortes ocorreram em pessoas com mais de 64 anos.

A campanha da vacinação contra a gripe arrancou há menos de uma semana, com as vacinas a serem gratuitas para cidadãos com 65 e mais anos de idade.

A campanha vai decorrer durante todo o Outono e Inverno e a vacina é igualmente gratuita, sem necessidade de receita médica ou de pagamento de taxa moderadora, para pessoas vulneráveis residentes ou internadas em instituições.

A Direcção-Geral da Saúde recomenda “fortemente” a vacinação “a pessoas a partir dos 65 anos, doentes crónicos e imunodeprimidos (a partir dos seis meses de idade), grávidas, bem como a profissionais de saúde e outros prestadores de cuidados, por exemplo, em lares de idosos”.
 

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