Álvaro Beleza indisponível para “ajustes de contas” com Costa

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Álvaro Beleza Nuno Ferreira Santos

Álvaro Beleza, que pertenceu à direcção de António José Seguro, adverte que não está disponível para “ajustes de contas nem para revanches” e declarou que o “PS não pode ser um partido de vaidades, de egoísmos e de interesses pessoais”.

À entrada no Hotel Altis, Álvaro Beleza não quis fazer grandes comentários sobre o resultados das eleições legislativas que deram a vitória à maioria de direita PSD/CDS-PP antes de falar com António Costa. “Quero ouvir o secretário-geral do PS. Temos de ter serenidade e o partido já sabe que comigo nunca conta para ajustes de contas nem para revanches.

“Nós temos de estar com sentido positivo, construtivo, com serenidade, com respeito e com dignidade. O secretário-geral bateu-se com galhardia nas eleições, todo o partido esteve a bater-se nas eleições. Ninguém ficou em casa no PS”, defendeu Beleza, que foi o responsável pela negociação com António Costa da quota dos apoiantes de Seguro nas listas de deputados.

Álvaro Beleza, que pode vir a protagonizar uma candidatura à liderança do partido, deixou um recado aos socialistas: “Estamos ao serviço de uma causa, de uma ideia, e o PS tem de defender ideias e, portanto, o debate, a reflexão que existir a seguir tem de ser primeiro um confronto de ideias, de posições programáticas e não de pessoas. Isto não pode ser um partido de vaidades de egoísmos e de interesses pessoais.”

Mais cáustico foi José Junqueiro, o vice-presidente da bancada socialista, que ficou agora de fora das listas. O ex-dirigente socialista afirmou que o líder do PS interrompeu um ciclo de “sucesso eleitoral continuado” e que deve ser António Costa o primeiro a apresentar a interpretação dos resultados das legislativas.

Ao PÚBLICO, José Junqueiro disse que “o PS, desde 2011, iniciou uma oposição construtiva e obteve um sucesso eleitoral continuado nas autárquicas e nas europeias”. “O dr. António Costa interrompeu este ciclo em nome de um sucesso maior: uma vitória absoluta do PS e um PS unido. Os resultados das eleições de hoje demonstram que esses objectivos de hoje não foram atingidos e, por isso, contrariamente a atitudes recentes, consideramos que a primeira palavra para interpretação dos resultados pertence ao secretário-geral do PS”, apontou José Junqueiro, desafiando António Costa a falar ao PS e ao país.

As projecções apontam um resultado entre 29,5% e 33,9% para o PS, o que se traduz em 77 a 89 mandatos.

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