ISCTE em projecto europeu para promover a saúde e o ambiente na Europa

Equipa de investigadores vai analisar o projecto Re-food e as hortas comunitárias para que possam ser replicadas na Europa. O projecto conta com cerca de seis milhões de euros vindos de Bruxelas.

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Hortas sociais têm aumentado DR

O ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa é um dos parceiros do projecto Inherit, um consórcio europeu que vai estudar experiências sociais que promovam a saúde e o ambiente. O projecto vai ter um financiamento de seis milhões de euros vindos de Bruxelas e junta vários investigadores e políticos europeus, com um objectivo concreto: analisar e perceber como estas boas práticas podem ser replicadas em vários países da Europa, em prol de um futuro mais saudável e sustentável do ponto de vista ambiental.

Estudar práticas sociais que promovam a saúde pública e que, ao mesmo tempo, sejam amigas do ambiente. É este o objectivo de um projecto no qual o Centro de Investigação e Intervenção Social (CIS) do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE) vai estar envolvido durante quatro anos. Esta iniciativa, intitulada Inherit - que em português significa “herdar -, é um projecto europeu, com financiamento de seis milhões de euros de fundos europeus vindos do programa Horizonte 2020, sendo que quase 250 mil euros vão ser canalizados para a equipa do ISCTE.

“Do trabalho fará também parte a cenarização do que será preciso fazer para que em 2050 estas práticas estejam difundidas por toda a Europa e suficientemente consolidadas”, explica o CIS, em comunicado. Ao PÚBLICO, Sibila Marques, psicóloga e investigadora do CIS, acrescenta que, apesar de existirem algumas diferenças culturais dentro da Europa, “a execução (das experiências sociais) é possível em diferentes países”.<_o3a_p>

Os investigadores vão ter a oportunidade de mostrar à Europa que em Portugal também existem bons exemplos a seguir e, para já, propõem estudar detalhadamente o projecto Re-food – uma iniciativa com voluntários em vários pontos do país que diariamente recolhem comida que sobra em restaurantes, cafés e pastelarias, distribuindo depois a quem mais precisa – e a experiência das hortas sociais “que florescem por Portugal inteiro”, explica o CIS.

 “Em qualquer destes casos temos um combate às desigualdades através de alimentação saudável que é proporcionada por actividades ambientalmente sustentáveis e que combatem o desperdício”, justifica o CIS

Criado em 2011, o projecto Re-food conta com “16 núcleos que servem comunidades de norte a sul do país (Lisboa, Porto, Braga, Cascais e Algoz-Tunes, no Algarve)”, segundo o site do projecto. Já as hortas sociais permitem aos cidadãos cultivar os seus próprios legumes e frutos em terrenos públicos.

Para além do centro de investigação do ISCTE, o projecto vai envolver ainda políticos europeus ligados às áreas da Saúde e do Ambiente - que para já não são conhecidos - mas que irão desde autarcas até representantes da Comissão Europeia. A empresa Philips vai também associar-se ao Inherit, enquanto parceira ligada à indústria tecnológica, revela a investigadora.

O estudo quer privilegiar ainda a área da Educação. Os investigadores consideram que “muitas desigualdades na saúde têm a ver com a forma como as crianças são educadas”, explica Sibila Marques.

Este consórcio europeu é liderado pela Euro Health Net, uma organização belga não-governamental, e conta com a coordenação científica de uma equipa da University College London, que vai ser chefiada pelo professor de epidemiologia e saúde pública Michael Marmot, “reconhecido internacionalmente pela sua contribuição científica na área das desigualdades em saúde”, explica o CIS.

Com início previsto para Janeiro de 2016, a equipa de investigadores do ISCTE vai estar envolvida no projecto até 2020.

Texto editado por Raposo Antunes

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