A organização ambientalista Quercus está preocupada com a proliferação do jacinto-de-água no estuário do rio Cávado. O problema, adiantou ao PÚBLICO o dirigente da Quercus João Branco, é que “esta não é a primeira vez que a infestante aparece no rio”, facto que se traduz “em graves consequências para a qualidade da água, flora e fauna local”.

Face ao que observaram no estuário do Cávado, os ambientalistas concluiram que a infestação do jacinto-de-água, uma planta exótica que é oriunda do Amazonas, está “a agravar-se” em relação a anos anteriores e “parece que aumenta no final do Verão”, assinala o dirigente da Quercus, salientando que a planta exótica “é arrastada pela corrente de montante”.

João Branco adianta que a invasão no rio “pode ser justificada pelo calor” que se fez sentir nos últimos meses, criando as condições ideais ao desenvolvimento da planta aquática de uma forma “tão eficaz e rápida” e numa área protegida, como é o Parque Natural do Litoral Norte.

A Quercus lembra que o controlo de espécies exóticas invasoras, como o jacinto-de-água, “exige uma gestão bem planeada” da área invadida, assim como a “avaliação dos impactes e a definição das prioridades de intervenção”. A monitorização contínua para verificar a eficácia e a recuperação da área intervencionada “é fundamental”, advoga.

Neste sentido, a organização ambientalista diz já ter solicitado ao Ministério do Ambiente e ao Instituto de Conservação da Natureza e Florestas que “proceda a acções de combate continuadas” para a erradicação da infestante, que também já está concentrada a montante da albufeira do Alqueva, em território português, facto que já obrigou a Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva a colocar três barreiras de retenção da planta que ameaça a mais extensa albufeira de Portugal.