CDU ainda analisa caso de apoiante agredido por skinheads

Caso só será investigado se a vítima apresentar queixa às autoridades.

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PSP montou uma operação policial para deter os suspeitos em flagrante delito Pedro Cunha

A CDU está a “apurar os contornos” do caso relativo à agressão de um dos seus apoiantes em Lisboa, no domingo, por um alegado grupo de skinheads, pouco depois do comício no Coliseu dos Recreios. Questionado pelo PÚBLICO, o gabinete de imprensa do PCP acrescentou ainda que irá a seu tempo “ponderar os procedimentos que se justifiquem nestas matérias”, mas certo é que o caso ficará sem qualquer desenvolvimento se o militante não apresentar queixa às autoridades policiais. Está em causa um crime semipúblico, pelo que a abertura de um inquérito-crime depende da participação da vítima. Até ao início da noite desta segunda-feira tal ainda não tinha ocorrido, adiantou fonte policial.

A vítima é um dirigente do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa que foi então transportado para o Hospital de São José, em Lisboa, onde continua internado devido às lesões que sofreu durante as agressões.

O incidente ocorreu pelas 18h30 perto das Portas de Santo Antão, em Lisboa. O apoiante da CDU ter-se-á cruzado com o grupo de skinheads pouco depois de sair do comício. Os suspeitos viriam de uma manifestação contra refugiados e vestiam t-shirts onde se lia “refugiados não são bem-vindos”. Um troca de palavras mais acesa entre o militante da CDU e o grupo terá resultado nas agressões.

Quando os agentes da PSP chegaram, já os agressores tinham fugido, pelo que a polícia não identificou suspeitos do crime. No local, foi encontrada a carteira de um guarda prisional que mais tarde a reclamou numa esquadra próxima. Algumas pessoas que testemunharam o incidente garantiram a órgãos de comunicação social que um dos suspeitos deixou cair a carteira e que teria voltado para trás para a tentar recuperar.

“Confirma-se que encontrámos uma carteira, mas não temos qualquer indício de que possa ser de um dos agressores. Não há nada que aponte nesse sentido, pelo menos nesta altura. Pode apenas ter sido perdida”, disse o comissário Rui Costa do Comando Metropolitano da PSP de Lisboa. Certo é que esta suspeita lançado por testemunhas no local ficará sem qualquer investigação que a confirme ou afaste, se não for apresentada queixa à polícia. De acordo com a lei, a participação pode ser apresentada durante um máximo de seis meses logo após os factos.

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