Papa presta homenagem aos que mantiveram a Igreja Católica activa em Cuba

Francisco é o terceiro Papa a visitar Cuba, mas o primeiro a celebrar missa na região onde nasceram Fidel e Raúl Castro - Holguín.

Francisco é o primeiro Papa a visitar Holguín
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Francisco é o primeiro Papa a visitar Holguín Andres Martinez Casares/Reuters
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Raúl Castro, que já assistira à missa em Havana, também esteve em Holguín Edgard Garrido /Reuters
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O Papa a chegar à Praça da Revolução Calixto García Tony Gentile/AFP
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Francisco vestiu de vermelho por ser dia de São Mateus, dizem os especialistas Edgard Garrido /Reuters
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RODRIGO ARANGUA/AFP

O Papa Francisco elogiou os "esforços" e os "sacrifícios" da Igreja Católica na sociedade cubana, que disse estar em transição. "Sei qual é o preço e sei quais são os sacrifícios da Igreja em Cuba para levar, mesmo aos lugares mais remotos, a palavra e a presença de Cristo", disse na missa na cidade de Holguín, que visitou esta segunda-feira.

Francisco, que chegou a Cuba no sábado, mencionou em particular "as casas das missões", que "perante a falta de lugares de culto e de padres, permitem que numerosas pessoas tenham um espaço de oração, de catequese e de vida de comunidade" católica.

Perante algumas dezenas de milhares de pessoas que se reuniram para ouvir o Papa na Praça da Revolução da cidade, Francisco celebrou uma missa marcada por um ambiente de grande recolhimento, diz a AFP. O Papa definiu o comportamento do católico na sociedade como o de uma pessoa que "não vive na dependência do outro".

O Papa escolheu visitar Holguín, região natal dos irmãos Fidel e Raúl Castro, para a sua segunda etapa na visita que começou no sábado em Havana. Francisco não é o primeiro Papa a visitar a ilha comunista, mas Francisco é o primeiro em Holguín (visita a seguir Santiago de Cuba).

Antes da missa, a multidão estava ansiosa, relata o jornal Miami Herald. "Nunca aqui tinha estado um Papa", disse Marta Betancourt, 61 anos. "Que ele nos abençoe e continue a proclamar a paz no mundo. Sou muito cristã e estou aqui pela minha fé em Deus".

Oficialmente, são apenas 10% os católicos neste país comunista, mas todos os indicadores apontam para uma percentagem maior - basta olhar para o número de baptismos, diz a AFP.

Francisco tem passado as suas mensagens de acordo com os lugares onde está. À chegada, e depois de ser recebido pelo Presidente Raúl Castro, falou na oportunidade que significa o retomar de relações entre Cuba e os Estados Unidos - uma reaproximação em que participou. Na missa de domingo em Havana, optou por referir que o serviço "ao outro" "nunca é ideológico, uma vez que não serve as ideias, mas as pessoas".

Desta vez, optou pela homenagem aos que, no país comunista, mantiveram activas as estruturas e a missão da Igreja Católica. Na Praça da Revolução Calixto García, e na presença mais uma vez de Raúl Castro - que chegou a dizer que a postura e mensagem deste Papa o estavam a levar a ponderar voltar a rezar -, Francisco pediu aos fiéis cubanos que não esqueçam da homilia. "É um momento muito importante da vida prática dos fiéis, não se pode omitir ao domingo e nos dias festivos".

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