Caixa Alfama conta com o bom tempo para encher em duas noites as ruas de fado

Na sua terceira edição, o Caixa Alfama tem por aliado o bom tempo e conta com 5 mil pessoas por dia. Começa esta sexta-feira.

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A fadista Ana Moura na sua actuação na edição do Caixa Alfama do ano passado Tiago Machado

Durante dois dias, o fado volta encher as ruas de Alfama num festival singular. Caixa Alfama já vai na terceira edição e, este ano, juntando como habitualmente fadistas mais e menos conhecidos do grande público, aposta nalgumas novidades.

Luis Montez, da Música no Coração, a empresa organizadora do festival, destaca a existência de espaços novos: “As escadarias da Igreja de Santo Estêvão, o lavadouro municipal e, como o Fado à Janela funcionou muito bem no ano passado no largo do Chafariz de Dentro, vamos alargá-lo ao Largo de São Miguel. No Fado à Janela os guitarristas tocam sucessos do fado e o público, cá em baixo, vai-os acompanhando com voz.” Além dos 10 palcos, há este ano 10 restaurantes que se associaram gastronomicamente ao evento.

No palco Caixa, haverá Cante alentejano nas duas noites. “É uma forma de os homenagear por eles terem ganho também, depois do fado, a classificação de Património Imaterial”, diz Montez. E se a primeira noite terá ainda, neste mesmo palco, Maria da Fé e Rodrigo, Raquel Tavares e Cuca Roseta, na segunda noite actuarão António Chaínho e convidados, Marco Rodrigues e Ana Moura, a que caberá encerrar o festival. Dois destes músicos apresentam novos trabalhos, diz Luís Montez: “A Raquel Tavares acabou de gravar um disco, deverá cantar alguns fados, e o Marco Rodrigues lançou um disco há pouco tempo mas a grande apresentação vai ser agora.”

O fado rezado regressa: o conceito começou na Igreja do Chiado, com muita gente, e no Caixa Alfama vai no segundo ano. Já contou com Frei Hermano da Câmara e agora terá, na Igreja de São Miguel (dia 18, 22h30), Carmo Moniz Pereira, Matilde Cid e Francisco Salvação Barreto, antecedidos por António Pinto Basto (21h). Na mesma igreja, dia 19, estarão José Gonçalez e Gonçalo Salgueiro. Noutra igreja, a de Santo Estêvão, Diana Vilarinho e Joana Amendoeira, dia 18, e Maria Ana Bobone e João Chora, dia 19. Na escadaria, estarão Carolina e José Manuel Neto (que convida a jovem Nathalie Pires), dia 18, e no dia seguinte Sara Correia e Pedro Moutinho.

“Temos também, pela primeira vez, Fado de Coimbra, e, como fizemos no ano passado um tributo ao Fernando Maurício, este ano será ao Max.” São ambos no Centro Cultural Magalhães Lima, dia 18, a partir das 21h55. No dia seguinte, ali estarão Júlio Resende e convidados fadistas (“Quais? Ele quer fazer surpresa”) num tributo a Amália (21h) e Filipa Cardoso (22h15).

No Museu do Fado, há dois lugares para ouvir fado: o auditório (com Pedro Seabra e Ricardo Silva, dia 18; e Ângelo Freire e Diogo Rocha, dia 19) e o restaurante (com Os Marialva e Luísa Rocha, no primeiro dia, e Ana Sofia Varela e José Manuel Barreto, na noite de dia 19. Nos restantes palcos, é possível ouvir ainda fadistas como Maria João Quadros, no Grupo Sportivo Adicence (dia 19, às 21h), antecedida no mesmo palco pelo jovem fadista Luis Matos.

Um problema contornável: “Este festival tem a complexidade dos guitarristas. Porque 40 fadistas são 120 guitarristas e violistas de fado e não há 120 bons guitarristas e violistas em Lisboa. Eles acabam de tocar e vão com a guitarra às costas de um lado para o outro. É uma gestão difícil.”

E uma previsão optimista, também de Luiz Montez, com a ajuda da meteorologia: “Como a previsão do tempo é muito boa, vai estar muito calor, acho que vai estar completamente esgotado. Só na quarta-feira vendemos 450 a 500 bilhetes… Vamos ter 5 mil pessoas por dia.”

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