Grécia e ACNUR tentam aliviar pressão migratória em Lesbos

Na segunda-feira à noite, polícia teve de usar matracas para controlar multidão que queria embarcar para Atenas.

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Migrantes em Lesboa, à espera de embarcarem para Atenas ANGELOS TZORTZINIS/AFP

O Governo grego e o ACNUR, agência das Nações Unidas para os Refugiados, reforçaram as suas equipas e navios para acelerarem a transferência de migrantes da ilha de Lesbos, onde, na noite de segunda-feira, a polícia equipada com matracas se viu em dificuldades para controlar uma multidão de cerca de 2500 migrantes que esperavam para embarcar num ferry para Atenas.

Os migrantes procuravam forçar a entrada no navio fretado pelo Governo grego, de onde tencionam seguir viagem para o centro da Europa. “Estou aqui há oito dias, nove dias, já nem me lembro”, disse à AFP Aleddin, um estudante de engenharia que quer juntar-se ao irmão, que vive na Alemanha. “Alguns estão aqui há 14 ou 15 dias.”

Esta não foi a primeira vez que se registaram incidentes entre a polícia grega e imigrantes. Têm-se sucedido sinais da dificuldade das autoridades em gerirem a situação. Um outro caso ocorreu em Agosto, na ilha de Kos.

Na ilha de 85 mil habitantes concentravam-se na segunda-feira mais de 15.000 pessoas, segundo a AFP, cerca de 25.000, segundo a BBC. O ministro que tutela a polícia migratória, Iannis Mouzalas, considerou a situação na ilha grega do mar Egeu, perto da Turquia, “à beira da explosão”.

No domingo, dois jovens habitantes, de 17 anos, foram detidos por terem lançado cocktails Molotov contra famílias sírias acampadas. E forças antimotim dispersaram à matraca uma multidão de migrantes para porem fim a confrontos entre sírios, a quem é dada prioridade no registo, e afegãos.

O número de migrantes que se encontram actualmente nas ilhas gregas, onde todos os dias chegam novas pessoas, é de 30.000, segundo o ACNUR, que quantifica em 20.000 os que estão em Lesbos. Quatro a cinco mil estão em Kos, disse a porta-voz Melissa Fleming em Genebra. O número teve um "nítido aumento" durante o fim-de-semana, seguido de um abrandamento, explicou.

Na fronteira da Sérvia com a Hungria, outros dos obstáculos com que os refugiados se deparam, duas centenas de pessoas romperam os cordões policiais e começaram a dirigir-se a pé para a capital, Budapeste, caminhando por uma auto-estrada na faixa de emergência, noticiou também BBC. Depois de terem caminhado durante uma quinzena de quilómetros, a polícia convenceu-os a seguirem viagem num autocarro. A Macedónia registou na segunda-feira a entrada de 7.000 pessoas, segundo a AFP.

A Comissão Europeia quer distribuir 160 mil pessoas pela UE. Alemanha, França e Espanha devem receber quase dois terços destas pessoas.

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