Depois do incêndio, passadiços do Paiva fecham à circulação

Câmara de Arouca vai avaliar dimensão dos estragos depois do fogo que deflagrou numa zona de difícil acesso.

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Sérgio Azenha
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Passadiço antes do incêndio Nelson Garrido
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Passadiço antes do incêndio Nelson Garrido
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Passadiço antes do incêndio Nelson Garrido

O fogo que deflagrou na tarde desta segunda-feira consumiu uma área considerável de Espiunca e Canelas, em Arouca, atingindo parte dos passadiços do Paiva. Na praia do Vau, as chamas viraram-se para a esquerda e para a direita e atingiram a margem direita do rio Paiva. Ao início da noite, o incêndio era ainda combatido por mais de 200 bombeiros e meios aéreos. Embora a situação tenha começado a evoluir favoravelmente, o combate não parou numa zona de difícil acesso e bastante acidentada.

Só esta manhã as chamas foram dadas como dominadas, depois de quase 18 horas de combate pelas corporações de bombeiros.O fogo na zona dos passadiços foi considerado dominado por volta das 23h desta segunda-feira.

Esta terça-feira, os passadiços do Paiva fecham à circulação. A Câmara de Arouca quer percorrer a zona, perceber a dimensão dos estragos para decidir as medidas a tomar. “É desolador, desolador, desolador, mas não vamos desistir”, dizia ao PÚBLICO Artur Neves, presidente da Câmara de Arouca, ao início da noite de segunda-feira. “Iremos fazer o ponto de situação para analisar as reais consequências. E as consequências não são negativas apenas para os passadiços, mas para toda a envolvente. É lamentável”, acrescentava o autarca, consternado com a situação. As causas estão por apurar. “O que aconteceu? Não sei responder. Há coisas que não têm explicação”.

Os passadiços do Paiva, que têm uma extensão de cerca de oito quilómetros num percurso linear, foram inaugurados a 20 de Junho deste ano e não tardaram a captar a atenção de milhares de pessoas. O incêndio que destruiu parte desse percurso obrigará a decisões nos próximos dias. Logo que haja indicação, e o fogo dado com extinto, Artur Neves quer fazer o percurso para então comunicar o que será feito. Mas promete não baixar os braços.

O comandante dos Bombeiros de Arouca, Floriano Amaral, dava conta da situação por volta das sete da tarde. “Temos três frentes activas neste momento e a situação está a evoluir favoravelmente. Infelizmente, parte dos passadiços arderam mas ainda não sabemos a dimensão”, dizia ao PÚBLICO. “É uma zona muito acidentada, é fogo, é Verão, as temperaturas estão altas, isto continua a arde e ainda não avaliámos os estragos”, acrescentava.

Segundo a Autoridade Nacional da Protecção Civil (ANPC), o incêndio deflagrou pelas 13h26 e pelas 17h30 tinha quatro frentes activas. “O alerta foi dado atempadamente, o que permitiu evacuar as pessoas que estavam nos passadiços de forma antecipada”, adiantou Artur Neves.

No último fim-de-semana, a Câmara de Arouca estima que tenham passado pelos passadiços cerca de 10 mil pessoas em cada dia. Com tamanha afluência, a autarquia está a analisar a criação de uma plataforma informática para controlar o número de visitantes diários, que poderá ser estipulado em cerca de 3.500. A ideia é que os interessados se inscrevam nesse sistema, que tenham acesso a um código que lhes permita aceder ao percurso, permitindo controlar as entradas diariamente. “A nossa principal preocupação é regular as entradas”, revela o presidente da câmara. A cobrança de bilhetes está também a ser ponderada. Com o incêndio, as atenções viram-se agora para outras direcções, mas Artur Neves garante que não desistirá deste projecto que tem levado milhares de visitantes ao concelho. 

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