Praia do Futuro abre Queer Lisboa sob o signo do Brasil

19ª edição do festival de cinema decorre de 18 a 26 de Setembro no São Jorge.

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Praia do Futuro traz o actor Wagner Moura (Tropa de Elite) no papel de um nadador-salvador brasileiro dr

É de novo sob o signo do Brasil que o Queer Lisboa abre portas a 18 de Setembro. Este ano concentrado nas salas do cinema São Jorge, o Festival Internacional de Cinema Queer abre com Praia do Futuro.

Rodada entre Fortaleza e Berlim pelo brasileiro Karim Aïnouz (Madame Satã) e estreada no festival de Berlim em 2014, Praia do Futuro traz o actor Wagner Moura (Tropa de Elite) no papel de um nadador-salvador brasileiro que dá por si a questionar a sua própria identidade quando não consegue salvar um banhista.

Trata-se da ponta mais visível da presença do “país irmão” na 19ª edição do certame; três outras longas-metragens serão exibidas nas secções competitivas - Beira-Mar, de Filipe Matzembacher e Márcio Reolon, na competição internacional, e Batguano, de Tavinho Teixeira, e Nova Dubai, de Gustavo Vinagre, na secção QueerArt. À excepção de Teixeira, todos os realizadores estarão presentes em Lisboa para acompanhar os seus filmes, e Vinagre dirigirá igualmente um workshop sobre a representação do sexo explícito no grande ecrã.

O festival, que se prolonga até 26 de Setembro, encerrando nesse dia com Eisenstein in Guanajuato de Peter Greenaway (sobre a estadia do seminal cineasta russo no México), foi apresentado ao fim da tarde de quarta-feira em conferência de imprensa em Lisboa, e propõe este ano cinco secções competitivas.

A secção paralela QueerArt, dedicada a obras de autor, multidisciplinares ou experimentais, passa este ano a ser competitiva, juntando-se aos tradicionais concursos de longas e curtas-metragens e documentários e à competição de filmes de escolas de cinema europeias In My Shorts. Ao todo estarão a concurso 28 longas e 32 curtas, cinco destas últimas portuguesas: Chá da Meia-Noite de Sibila Lind (jornalista multimédia do PÚBLICO) e O Retrato de Mónica de João Leitão na competição principal, e O Bloqueio de Isabel Cordovil, Irene de Pedro Miguel e Quando a Noite Acaba de Inês Nunes no concurso In My Shorts.

Um dos momentos mais importantes de um festival cuja programação pretende este ano, segundo declarações da organização, explorar o modo como a cultura queer intervém fora do seu nicho no mundo que a rodeia, será a projecção do filme russo No Place for Fools. Trata-se de um documentário assinado por Oleg Mavromatti, activista pró-Putin que é homossexual assumido numa Rússia cada vez mais intolerante.

O certame propõe igualmente uma instalação dedicada ao fotógrafo americano Bob Mizer, e um grupo de filmes sobre as relações de poder no âmbito do sexo na secção Queer Focus.

As tradicionais noites hardcore mostram este ano filmes da dinamarquesa Goodyn Green e do português radicado em Inglaterra António da Silva, e a retrospectiva de telediscos Queer Pop homenageia este ano a organização Red Hot, por ocasião dos 25 anos da edição do álbum de beneficência Red Hot & Blue que iniciou uma longa série de trabalhos a favor da luta contra o estigma do VIH/sida.

O Queer Lisboa decorre de 18 a 26 de Setembro e a programação pode ser consultada no site oficial

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