Passadiços de Arouca com mais quilómetros, outra ponte, bar suspenso e dois museus

Projectos estão previstos nas candidaturas a fundos comunitários que o município está a preparar.

A Câmara de Arouca está a preparar as candidaturas à próxima fase da obra dos Passadiços do Paiva, que em 2017 deverão incluir mais 12 quilómetros sobre outros rios, um bar suspenso, outra ponte e dois núcleos museológicos complementares.

Em declarações à Lusa, o presidente da autarquia, José Artur Neves, afirmou que estão em causa projectos que deverão representar um investimento global na ordem dos quatro milhões de euros. "Vamos rematar todo o projecto dos actuais oito quilómetros de passadiço com esta segunda fase, que tem por objectivo levar os visitantes a ficarem mais tempo por cá", anunciou José Artur Neves.

"Conseguimos concretizar a etapa inicial com menos 15% do que tínhamos previsto, gastando apenas 1,85 milhões de euros, e agora estamos ainda mais confiantes quanto ao sucesso desta nova fase, porque sabemos que o que investimos na primeira já se multiplicou várias vezes na receita que entrou no município desde a abertura dos passadiços [em Junho]", acrescentou.

Actualmente, a travessia pedonal sobre o rio Paiva estende-se por oito quilómetros na sua margem oeste, entre as praias fluviais do Areinho e de Espiunca. Até 2017, esse trajecto deverá prolongar-se por mais 12 quilómetros ao longo de dois afluentes desse curso de águas bravas: o rio de Frades e o rio Paivô. Além desses novos percursos, construídos maioritariamente em madeira, mas abrangendo pontualmente caminhos rurais em terra, a autarquia prevê a criação de um bar envidraçado sob o arco da ponte de Alvarenga.

"Vai funcionar todo o ano e, apesar de estar um pouco ao lado da ponte, as pessoas vão ter a sensação de que têm o arco de pedra sobre a sua cabeça e a água a correr sob os seus pés", antecipou José Artur Neves. "Claro que o bar vai estar construído acima da quota máxima de cheia, mas, no Inverno, quando a corrente é mais forte, os clientes vão sentir a real imponência das águas a passar", observou.

Outra estrutura anunciada para 2017 é uma segunda ponte pedonal, idêntica à já existente na Praia do Vau, que ficará localizada cerca de 1,5 quilómetros depois da praia do Areinho, em direcção a Espiunca. "A ponte vai servir de ligação ao centro da freguesia de Alvarenga, onde vamos criar a Quinta-Museu da Raça Arouquesa", explicou o presidente da câmara, a propósito do primeiro dos dois novos núcleos museológicos anunciados para as proximidades do Paiva.

"A ideia é que as pessoas possam complementar a caminhada com a visita à quinta-museu, onde vão ver os melhores exemplares de gado arouquês, perceber porque é que a raça é diferente, ver como ela é tratada, etc.", afirmou. "Esse espaço só fica a uns seis ou sete minutos a pé do passadiço e também vai ter um grande parque de estacionamento, que é algo que está a fazer falta nesta fase", acrescentou.

Para o autarca, esta oferta conduzirá a estadias mais prolongadas no concelho, até porque, "além de toda a oferta já associada ao Geoparque de Arouca", a envolvente dos passadiços contará ainda com um segundo núcleo museológico relativo à exploração de volfrâmio em Rio de Frades, onde essa actividade esteve concessionada à Alemanha até 1956. "O percurso vai prolongar-se até esse complexo mineiro para as pessoas poderem conhecer a história do local, que foi muito importante durante a II Guerra Mundial para satisfazer as necessidades de armamento dos alemães", recordou o autarca.

Reza a história que, dada a pouca distância a que se encontravam também as minas de Regoufe, exploradas então pelos ingleses para extracção do mesmo minério, as duas concessionárias mantiveram-se inimigas em teatro de guerra, mas em Arouca dividiram as despesas de construção de uma estrada que tinha serventia comum a ambos os complexos.     

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