Licença para utilização de figurantes nos cartazes pelo PSD/CDS obtida quarta-feira

Coligação colocou cartazes antes de comprar direitos à empresa que forneceu imagens.

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Carlos Carreiras fala em contenção de custos MIGUEL MANSO

A licença que permite o uso para fins políticos dos figurantes dos cartazes da coligação PSD/CDS-PP só foi obtida ao fim do dia de quarta-feira, revelou esta quinta-feira à Lusa a empresa Shutterstock, à qual as imagens foram compradas.

"A licença destas imagens foi resolvida ao fim do dia de quarta-feira (...) com a compra de uma licença Premier da Shutterstock, a qual permite o uso de imagens num contexto político", informou fonte do gabinete de imprensa da empresa que detém as imagens.

A empresa prestou este esclarecimento numa resposta escrita enviada à agência Lusa e depois de lhe serem enviadas as imagens usadas nos cartazes da coligação Portugal à Frente (PSD/CDS-PP). Desde o início da semana que a utilização de figurantes estrangeiros em cartazes da coligação tem sido tema nas redes sociais e na imprensa.

Os quatro cartazes da coligação que utilizam quatro figurantes adultos estrangeiros chegaram há poucos dias às ruas e têm associadas frases como "crescimento do turismo", "recuperação da confiança, das empresas e dos consumidores", "recorde nas exportações" e "aumento do investimento e do emprego".

A mesma fonte explicou que até à obtenção desta licença era "estritamente proibido o uso do conteúdo [do banco de imagens] num contexto político", nomeadamente promoção, publicidade, ou apoio a qualquer candidato ou político eleito. Essa regra está, aliás, descrita no site da empresa.

A Lusa tentou esta quinta-feira obter uma explicação do PSD sobre a questão, mas fonte do partido disse que os esclarecimentos já tinham sido prestados na quarta-feira. A Lusa também contactou o CDS-PP mas a fonte do partido esteve indisponível.

Questionado por jornalistas na quarta-feira sobre se os cartazes de campanha da coligação Portugal à Frente para as eleições legislativas de 4 de Outubro seriam retirados das ruas, o vice-presidente Carlos Carreiras contornou a questão, respondendo que há "uma preocupação muito grande a nível da racionalização, ou seja, dos gastos de campanha".

"Recorrer a bancos de imagens é uma situação que já foi feita no passado" e que "é uma prática normal quando estamos a falar também de racionalização de meios financeiros", como uma "redução na ordem dos 40%" nos gastos em relação a outras legislativas, afirmou o responsável do PSD.

Questionado se não seria desrespeitoso para os eleitores serem estrangeiros a representar o PSD, o dirigente sublinhou que o partido "já demonstrou que mesmo quando teve que tomar medidas que não são propriamente medidas populares, mas que eram absolutamente fundamentais para o país, sempre teve em conta o respeito que todos os portugueses merecem".

O gabinete de imprensa da Shutterstock assegurou ainda, numa primeira resposta enviada à Lusa, que a empresa "investiga todas as alegações de uso indevido de licença em nome dos seus colaboradores e age em conformidade", nomeadamente entrando em contacto com os clientes para resolver o problema, pondo dessa forma fim à utilização inapropriada.

"As nossas acções incluem, mas não se limitam a isso, o contacto imediato com os clientes ou terceiros acusados de usar indevidamente os conteúdos, resolvendo o problema e pondo fim ao uso indevido", escreve fonte do gabinete de imprensa da empresa.

Entretanto esta sexta-feira, Carlos Carreiras teve que voltar ao assunto dos cartazes

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