Irão e Turquia negoceiam cessar-fogo humanitário em três localidades sírias

Os combates pararam no primeiro de dois dias de trégua em Zabadani, Al Foua e Kefraya. Irão e Turquia negociaram pela primeira vez sobre o conflito sírio.

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Ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros é recebido no aeroporto de Damasco, para onde viajou nesta quarta para se encontrar com Assad Reuters

Rebeldes, extremistas islâmicos e forças pró-governamentais interromperam os combates na manhã desta quarta-feira em três localidades na Síria, no primeiro de dois dias de cessar-fogo humanitário. O acordo diz respeito ao grupo Ahrar al-Sham, próximo de movimentos islamistas, e combatentes do Hezbollah, que combatem como aliados do regime de Bashar al-Assad. Travará os combates em Zabadani, no noroeste, e nas vilas xiitas Al Foua e Kefraya, na província de Idlib, perto da fronteira com a Turquia.

Este cessar-fogo é, sobretudo, um acordo sem precedentes entre actores regionais com interesses no conflito sírio. Para além das Nações Unidas, Turquia e Irão mediaram também as negociações entre as facções pró e antigovernamentais, em nome dos grupos rebeldes e dos combatentes do grupo libanês Hezbollah, respectivamente.

A trégua permitirá que os civis encurralados pelos combates recebam ajuda humanitária, e também que os feridos graves sejam retirados das três localidades, incluindo combatentes dos grupos que as controlam. Zabadani, sob o domínio de grupos rebeldes islâmicos, tem sido um dos principais alvos das bombas de barril lançadas por helicópteros do exército sírio. Al Foua e Kefraya, controladas pelo Hezbollah, estão há muito cercadas por uma aliança de combatentes do Ahrar al-Sham e da Frente al-Nusra, o braço armado da Al Qaeda na Síria.

As três localidades foram especificamente mencionadas, no final de Julho, pelo enviado especial das Nações Unidas para a Síria, Staffan de Mistura. O responsável disse que em Zabadani se assistia a “níveis sem precedentes de destruição e a muitas mortes entre a população civil”.

A influência do Irão, o maior aliado do regime de Assad, sentiu-se nesta quarta-feira em Damasco. O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Mohammad Javad Zarif, encontrou-se durante a tarde com o Presidente sírio para discutirem um novo plano de paz para o país. No passado, Zarif apresentou um plano para o fim do conflito que envolvia a criação de um “Governo de unidade nacional”.

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