População apanhou incendiário em Penacova

Bombeiros dominaram incêndio em Vila Nova de Cerveira. Nesta terça-feira há dois grandes fogos activos.

Vários concelhos estiveram neste fim-de-semana em alerta para risco alto de incêndio PÚBLICO/arquivo

Um madeireiro de 48 anos, suspeito de atear fogo à floresta, foi detido por habitantes do concelho de Penacova e entregue às autoridades, anunciou a Polícia Judiciária.

"Usando chama directa, iniciou dois focos de incêndio, próximos um do outro, num extenso coberto florestal, tendo os mesmos sido de imediato apagados pelos mesmos cidadãos que procederam à detenção", descreve um comunicado emitido por aquela polícia. O homem foi apanhado em flagrante delito esta segunda-feira, cerca das 22h. "Há ainda fortes indícios de que  seja o autor de um grande incêndio que ontem deflagrou na localidade de Lavradio, pouco depois das 18h", acrescenta a Polícia Judiciária, que acrescenta que o madeireiro vai agora ser presente às autoridades judiciárias competentes, para primeiro interrogatório e aplicação das medidas de coacção tidas por adequadas.

Também nesta terça-feira, a Unidade Local de Investigação Criminal de Vila Real informou que deteve mais um alegado incendiário, desta vez “suspeito de ter ateado quatro incêndios numa freguesia do concelho de Chaves, que consumiram diversas áreas de mancha florestal”. Os incêndios aconteceram a 28 de Julho, 30 de Julho, 3 de Agosto e 5 de Agosto, todos já ao final do dia. “O detido, com 39 anos de idade, pastor, vai ser presente a interrogatório judicial para aplicação das medidas de coacção tidas por adequadas”, adiantou a PJ.

Um outro comunicado avança que a Directoria do Norte deteve um outro suspeito de dois incêndios que aconteceram na freguesia da Póvoa de Varzim, mas ainda em Maio. “O arguido actuando por motivos fúteis e num quadro de diversão, deslocava-se numa bicicleta por caminhos florestais  próximos do local de residência e usando um isqueiro  iniciou 2 focos de incêndio florestal, um de pequena dimensão (0,5 hectare) e outro de grandes dimensões, no qual arderam cerca de 117 hectares de floresta, composta por eucaliptal e pinheiro”, refere a nota. O suspeito tem 20 anos e é cantoneiro, mas está desempregado. Vai ser presente a tribunal.

As várias detenções são anunciadas no mesmo dia em que o comandante operacional nacional de operações de socorro da protecção civil, José Manuel Moura, apelou a que os portugueses tenham mais cuidado com o uso do fogo no verão, alertando que 90% dos incêndios são de origem humana – intencionais ou por negligência. “Há todos os dias algumas dezenas, centenas de pessoas que, de forma negligente ou descuidada ou por dolo, que colocam fogo na nossa floresta. E isto é um trabalho de todos”, disse à Lusa o comandante.

Como exemplo, José Manuel Moura referiu que o usar de maquinaria agrícola pode causar um incêndio. “Nós temos uma prática do uso do fogo, dos nossos costumes que tem de ser muito repensada, tem de haver muitas acções de sensibilização junto das populações”, afirmou. Dados da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) indicam que perto de 40% dos incêndios têm início durante à noite, o que José Manuel Moura considera ser “estranho”, uma vez que, a essa hora, “não são de causa natural”.

Entretanto, o incêndio que deflagrou no sábado em Vila Nova de Cerveira, na localidade de Corgas-Candemil, foi dado como dominado, de acordo com a informação disponibilizada no site da ANPC. O incêndio, que começou às 11h16 de sábado na freguesia de Candemil e Gondar, concelho de Vila Nova de Cerveira, e que no domingo passou para o concelho de Caminha, foi dado como dominado segundo a informação disponibilizada às 9h20. O fogo em povoamento florestal foi combatido nas últimas horas por 391 operacionais, apoiados por 126 meios terrestres, ficando o dispositivo em vigilância para prevenir reacendimentos.

De acordo com a informação disponibilizada no site da Protecção Civil, ao final da tarde de terça-feira estavam a lavrar 18 incêndios em todo o país. No entanto, só três eram considerados como “ocorrências significativas”, por terem começado há mais de três horas e por envolverem mais do que 15 meios operacionais. Um deles está já em fase de rescaldo.

Um dos incêndios está a consumir uma zona florestal de Parada do Bouro, no concelho de Vieira do Minho, distrito de Braga. As chamas começaram às 11h24 e estavam a ser combatidas por 41 operacionais e 14 meios. O incêndio tinha duas frentes activas.

O segundo incêndio lavra desde as 11h08 na freguesia de Rio de Moinho, no concelho de Arcos de Valdevez, distrito de Viana do Castelo. As chamas lavravam numa zona de mato e o combate contava com 21 operacionais e sete meios. No entanto, o fogo já está em fase de resolução e é considerado como dominado no site da ANPC.

O terceiro fogo que inspira mais preocupação tem uma frente activa e começou ainda na segunda-feira, às 14h46, nas freguesias de Aldeias e Mangualde da Serra, no concelho de Gouveia, distrito da Guarda. As chamas, em zona de mato, são combatidas por 231 operacionais e 73 meios, sendo quatro deles aéreos.

Desde a meia-noite desta terça-feira já foram detectadas 152 ocorrências. Na segunda-feira o número ficou-se nos 305 fogos, abaixo do recorde de domingo. 

com Lusa

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