Exposição de Miró em São Paulo é prolongada para responder à grande procura

Joan Miró – A Força da Matéria reúne mais de 100 obras do artista catalão. Exposição já foi visitada por milhares.

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Ainda não há números divulgados mas as filas à porta do Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo (Brasil), fazem prever uma bem-sucedida exposição dedicada à vida e obra de Joan Miró (1893-1983). Organizada em parceria com a fundação do artista catalão, Joan Miró – A Força da Matéria deveria encerrar a 16 de Agosto mas devido à procura a mostra ganhou mais uma semana. É a última oportunidade para se verem mais de uma centena de obras que percorrem a vida do catalão surrealista.

Inaugurou no final de Maio e em Junho já eram notícia as longas filas de espera que os milhares de visitantes que procuravam a exposição tinham de enfrentar. Mais de uma hora de espera para entrar naquela que foi apresentada como a maior exposição dedicada a Miró no Brasil.

São 112 peças no total, das quais 41 são pinturas. Há ainda 22 esculturas, 20 desenhos, 26 gravuras, além de fotografias e projectos de obras do mestre catalão. A maioria das peças está em São Paulo emprestada pela Fundação Joan Miró, sedeada em Barcelona. Coube à fundação a selecção das obras, divididas em três blocos cronológicos que percorrem as diferentes fases da produção artística de Miró, da sua vida e dos acontecimentos do seu tempo.

Joan Miró – A Força da Matéria começa nos anos 1930, prolongando-se à década seguinte e incide sobre a Guerra Civil Espanhola e a Segunda Guerra Mundial. Nas décadas de 1950/60 expõe-se o interesse do artista pela escultura e, por fim, nos anos 1970 abordam-se as diferentes experiências de Miró nos vários suportes, com destaque para as gravuras.

As estrelas desta exposição são três pinturas que nunca tinham, até agora, sido expostas. Trata-se de obras que integram a colecção pessoal do neto de Miró, Joan Punyet Miró, que concedeu emprestar as peças para homenagear o seu avô.

Valter Hugo Mãe é quem assina o texto da exposição em São Paulo, curada por Paulo Miyada, coordenador do Núcleo de Pesquisa e Curadoria do Instituto Tomie Ohtake. “Começar de novo a cultura implica abrir o futuro com a lúcida reflexão acerca do princípio de todas as coisas. O gesto de Miró é uma génese tout court”, escreve o escritor português, para quem “as obras de Miró parecem conscientes da dimensão mágica, quase protectora, da expressão e, ao criar visões para o mundo das ideias, como das coisas puras, reacende, sublinha, o aspecto milagroso da natureza e da vida”.

Estava previsto inicialmente que a exposição encerrasse a 16 de Agosto mas o Instituo Tomie Ohtake revelou nesta quarta-feira que Joan Miró – A Força da Matéria terá mais uma semana em São Paulo, mantendo-se aberta até ao dia 23 de Agosto. Ficar mais tempo será difícil, uma vez que depois a mostra viaja para Florianópolis, para o Museu de Arte de Santa Catarina onde estará de 10 de Setembro a 14 de Novembro.

Esta retrospectiva dedicada a Miró é mais uma aposta do Instituto Tomie Ohtake, inaugurado em 2001 e que alberga um centro cultural dedicado a apresentar novas tendências da arte brasileira e internacional, seguindo-se às exposições de 2013 e 2014 de Salvador Dalí e Yayoi Kusama, respectivamente.

A retrospectiva da artista japonesa em São Paulo foi mesmo a sexta exposição mais visitada do mundo no ano de 2014, de acordo com os dados do Art Newspaper. Mais de meio milhão de pessoas (522.136) visitaram Infinite Obsession  (Obsessão Infinita) no Instituto Tomie Ohtake entre Maio e Julho do ano passado.

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