Gabinete de Atendimento à Vítima do Porto já recebeu mais de mil pessoas este ano

O Gabinete de Atendimento e Informação à Vítima (GAIV), criado pela PSP em Março de 2013 a pensar nas vítimas de violência doméstica, atendeu no primeiro semestre deste ano, segundo o responsável pelo espaço, 1053 pessoas. Em 2014 o número total de atendimentos foi de 1836.

Em cerca de 80% dos casos, explica o chefe Fernando Rodrigues, as vítimas são mulheres, maioritariamente com idades entre os 30 e os 45 anos. Ao gabinete, nota o responsável, têm também chegado, além de situações de homens que são vítimas de violência das mulheres, casos de agressão entre pessoas do mesmo sexo.

Em consequência do trabalho feito pelo GAIV, foram cumpridos 193 mandatos de detenção e 12 de busca e apreensão em 2014, tendo ainda sido aplicadas 19 penas de prisão preventiva e uma de prisão domiciliária. 

Mais do que os números de cerca de dois anos de actividade, Fernando Rodrigues destaca a satisfação das vítimas que são atendidas no GAIV, onde trabalham um chefe e 16 agentes que se dedicam a este projecto em exclusividade. Na iniciativa estão também envolvidos o Departamento de Investigação e Acção Penal do Porto e o Instituto de Medicina Legal. “Notamos acima de tudo que as vítimas ficam satisfeitas, e isso é que é importante. Temos conseguido fazer com que entendam que não é o fim da linha, que há uma possibilidade”, frisa o responsável. 

Fernando Rodrigues destaca ainda que o trabalho dos elementos da PSP, que quando necessário fazem o encaminhamento para outras instituições, não se esgota no atendimento: os agentes também elaboram “planos de segurança personalizados” (nos quais elencam conselhos para que as vítimas permaneçam em segurança) e é prática comum “contactar de forma periódica” as pessoas que atendem. Em 2014 foram 5798 os “contactos pós-denúncia” e no primeiro semestre deste ano já houve 3897.

O responsável pelo GAIV explica que este projecto foi criado “para servir as vítimas da cidade” do Porto, mas nota que hoje há também pessoas de fora que ali se dirigem. Algumas, conta, são pessoas “da franja alta”, às quais “não é fácil chegar” e que preferem procurar ajuda num sítio mais distante do seu local de residência. 

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