Padre de Fafe não retoma actividade pastoral após arquivamento de suspeitas de abusos

Arquidiocese de Braga diz que pároco pediu para não regressar por precisar de recuperar "de toda a pressão social a que se viu sujeito durante cerca de um ano”.

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Os fiéis de Canelas organizaram várias acções de protesto a contestar afastamento do padre Roberto, que denunciou os alegados abusos sexuais. Paulo Pimenta

O padre Abel Maia, colocado na comunidade de Sta. Eulália, em Fafe, optou por não retomar para já a actividade pastoral, apesar do Ministério Público ter arquivado as denúncias de abusos sexuais de menores, anunciou esta sexta-feira a arquidiocese de Braga.

O inquérito criminal tinha sido aberto na sequência de uma carta de um outro padre, Roberto Sousa, o antigo padre de Canelas, cuja transferência deu origem a um movimento de protesto por parte da população daquela freguesia de Vila Nova de Gaia.

Numa reacção à comunicação da transferência, o padre Roberto escreveu ao bispo do Porto, D. António Francisco dos Santos, a dizer-lhe que tinha decidido permanecer em Canelas. E ameaçava revelar um caso grave de comportamento de um sacerdote, em 2003. O bispo do Porto decide remeter o caso às autoridades e a arquidiocese de Braga suspende o padre Abel Maia “por razões de prudência pastoral, de serenidade na investigação e até que todas as dúvidas se dissipem”.

Esta sexta-feira, a arquidiocese de Braga revela, num comunicado, que teve ontem conhecimento do despacho de arquivamento da 1ª secção do Departamento de Investigação e Acção Penal do Porto Este, em Penafiel, datado de 1 de Julho, onde se lê que o Ministério Público “determinou o arquivamento de processo de inquérito” no qual o padre Abel Maia “estava denunciado da prática de factos susceptíveis de integrar os crimes de abuso sexual de crianças e de actos sexuais com adolescente”. A nota realça uma frase do despacho, que faz questão de citar relativa à “ausência de indícios de se terem verificado os factos denunciados”.

A arquidiocese diz ter acolhido “com serenidade” a notícia do arquivamento e ter igualmente aceite o pedido do padre Abel Maia “feito de modo insistente, de se desligar dos trabalhos pastorais na comunidade paroquial de Sta. Eulália até se sentir recuperado de toda a pressão social a que se viu sujeito durante cerca de um ano”.

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