Deco lança simulador online para detectar espera excessiva nas urgências

A associação de defesa do consumidor Deco lança esta quinta-feira uma ferramenta online que permite aos utentes do Serviço Nacional de Saúde perceber se esperaram demais para serem atendidos nas urgências hospitalares.

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Nas urgências a taxa moderadora duplica para os 20 euros Foto: Nuno Ferreira Santos

Segundo a Deco, os utentes podem recorrer a uma espécie de simulador que lhes permite saber se foram atendidos nas urgências dos hospitais dentro dos tempos recomendados pelo protocolo de triagem de Manchester, que é usado na maioria das unidades através de pulseiras com cores diferentes consoante as prioridades.

"Os dados são anónimos e enviados às autoridades em situações fora do normal", adianta a Deco, explicando que esta ferramenta vai permitir detectar problemas e pressionar as autoridades para melhorar o serviço.

Baseado em critérios acordados a nível internacional, a triagem de Manchester permite avaliar o risco clínico do utente e atribuir um grau de prioridade, através de uma cor de pulseira, que pode ir do vermelho (situações de emergência, que exigem atendimento imediato) ao azul (identifica as situações não urgentes, cuja espera se admite até quatro horas).

A Deco já tinha lançado no início deste ano uma ferramenta online idêntica para os tempos de espera nas consultas de especialidade nos hospitais ou cirurgias, cujos tempos de resposta estão definidos por lei. "Para ajudar os utentes a reivindicar os seus direitos, no início do ano lançámos uma ferramenta sobre os tempos de espera na saúde, que permite verificar se o prazo legal para o utente obter o cuidado de saúde já se esgotou e, em caso afirmativo, usar a nossa carta-tipo para reclamar", recorda a associação.

Desde Fevereiro, mais de 3000 utentes já usaram este simulador, sendo que em quase um quarto dos casos o tempo de espera previsto na lei não foi respeitado. A primeira consulta da especialidade e as cirurgias não oncológicas foram os cuidados mais problemáticos, com incumprimentos em 43% e 25% dos casos, respectivamente. Em 80% dos casos os utentes não sabiam o nível de prioridade atribuído à sua consulta ou cirurgia e nem lhes foi dada uma estimativa do tempo de espera para serem atendidos.

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