Bloco falha derradeira tentativa de aprovar adopção por casais do mesmo sexo

Maioria chumba pedido de avocação para plenário de alteração ao código civil para permitir adopção por casais de pessoas do mesmo sexo.

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Uma maratona de votações no último plenário da legislatura Rui Gaudêncio

Foi um minuto e vinte segundos o tempo que durou a derradeira tentativa do Bloco de Esquerda de fazer aprovar a adopção por casais do mesmo sexo para que, argumentou Pedro Filipe Soares, “o preconceito não acabe vencedor nesta legislatura”. Em vão, como se esperava.

No meio da maratona de aprovações que decorre na Assembleia da República, o BE requereu a avocação da votação a plenário de uma proposta de alteração ao Código Civil, para alterar o artigo 1979º que define quem pode adoptar. Mas acabou recusada pela maioria, tendo reunido a seu favor os votos de toda a oposição.

“Quem pode adoptar? Esta pergunta, feita em nome das crianças que procuram uma família, não pode ter uma resposta que é balizada pelo preconceito”, apontou o líder da bancada bloquista.

“Hoje, o último dia útil desta legislatura, trazemos um tema essencial e damos uma última oportunidade a esta maioria”, desafiou Pedro Filipe Soares. “Que não se discriminem famílias, que o preconceito não mande mais do que a necessidade de as crianças encontrarem uma família. E por isso, na resposta à pergunta concreta ‘Quem pode adoptar?’ nós propomos que a lei passe a dizer o seguinte: ‘Podem adoptar duas pessoas, casadas ou unidas de facto, de sexo diferente ou do mesmo sexo.’”

E rematou: “Que o preconceito não acabe vencedor nesta legislatura e que a maioria não impeça estas crianças, que precisam e que querem, de alcançar uma família em nome desse preconceito.”

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