Jeroen Dijsselbloem reeleito presidente do Eurogrupo

Ministro holandês agradece o "apoio" dos colegas. Portugal votou no candidato derrotado, o espanhol Luis de Guindos.

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Dijsselbloem lidera o Eurogrupo desde Janeiro de 2013 FRANCOIS LENOIR/Reuters

O ministro holandês Jeroen Dijsselbloem conseguiu o apoio dos seus parceiros para continuar à frente do Eurogrupo por mais dois anos e meio. A reeleição foi garantida na reunião dos ministros das Finanças desta segunda-feira, horas depois de concluído o acordo sobre a Grécia. Na corrida estava também o ministro espanhol da Economia, Luis de Guindos, que Portugal apoiou.

No Twitter, Dijsselbloem confirmou a reeleição, agradecendo aos colegas o “apoio e a cooperação” para permanecer na liderança do fórum onde se reúnem os ministros das Finanças (ou Economia) dos 19 países da moeda única.

A decisão foi tomada por unanimidade. Mas nem todos os votos foram parar ao ministro holandês. Houve uma votação e Dijsselbloem, recebendo mais votos do que que De Guindos, acabou por ter o apoio formal unânime para a recondução. O Eurogrupo não revelou o sentido da votação dos ministros, dando apenas conta de que a indicação de Dijsselbloem foi apoiada por todos os países.

Dijsselbloem, que foi a voz das posições do Eurogrupo nos últimos dois anos e meio, partiu em vantagem. De Guindos surgiu na corrida em meados de Junho, quando um acordo para a Grécia ainda estava em aberto, com uma posição conciliadora, reclamando o respeito por “diferentes visões e sensibilidades” entre os 19 países do euro.

O ministro holandês lidera o Eurogrupo desde Janeiro de 2013, altura em que sucedeu a Jean-Claude Juncker, actual presidente da Comissão Europeia.

O El País descreve a derrota do ministro Luis de Guindos como um novo fracasso “sem paliativos para a diplomacia espanhola” – um dos argumentos da candidatura espanhol, em que o próprio presidente do Governo, Mariano Rajoy se envolveu, era a de que Espanha está subrepresentada em lugares de topo nas instituições europeias. De acordo com o diário espanhol, De Guindos chegou a garantir o apoio da Alemanha e forçou a votação no Eurogrupo, mas em vão. Com Dijsselbloem estiveram os países mais pequenos e os bálticos, adeptos da continuidade e defensores de que seria um erro mudar a liderança do Eurogrupo nesta altura, escreve o El Mundo.

Portugal votou ao lado de Espanha, apoiando o ministro espanhol, da mesma família política do governo de coligação do PSD/CDS-PP. A ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, confirmou-o em Bruxelas. “Votei no ministro Luis de Guindos. Tenho uma óptima relação pessoal com o ministro De Guindos, temos também uma tradição já antiga de nos apoiarmos mutuamente, Portugal e Espanha, por força das nossas relações, e há também a questão de a Espanha ser um país grande da área do euro e ter alguma sub-representação a nível dos cargos mais relevantes”, afirmou Maria Luís Albuquerque, citada pela Lusa. A ministra das Finanças ressalvou que o sentido de voto português em nada alterara a “boa relação” com Dijsselbloem.

De Guindos felicitou Dijsselbloem e agradeceu o apoio dos “muitos países” que o apoiaram. Guindos explicou que tinha ficado acordado que, quem conseguisse mais de dez votos, seria o escolhido, recebendo um apoio “por unanimidade”.

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