Atentado junto a base da NATO faz 33 mortos no Afeganistão

A Aliança Atlântica mantém 12.500 soldados no país, com a missão de formar e aconselhar os militares afegãos.

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Funerais dos afegãos mortos no atentado de domingo Farid Zahir/AFP

Pelo menos 33 pessoas, na maioria civis, morreram no domingo, naquele que foi o primeiro grande atentado no Afeganistão depois do reinício dos contactos oficiais na semana passada entre os taliban e o governo de Cabul. O número de vítimas foi actualizado pelas autoridades esta segunda-feira.

Um bombista suicida ao volante de um carro armadilhado fez-se explodir na proximidade de um controlo das forças de segurança afegãs perto da entrada do Campo Chapman, uma base da NATO, na província afegã de Kohst, junto à fronteira com o Paquistão.

O atentado ocorreu ao início da noite, mesmo antes do iftar, a refeição que quebra diariamente o jejum durante o mês do Ramadão. No balaço de mortos, as autoridades deram conta da morte de 27 civis, incluindo mulheres e crianças, e de seis soldados afegãos.

Os rebeldes taliban, geralmente pouco inclinados a reivindicar atentados que matam civis, não assumiram este ataque junto ao Campo Chapman, palco de um outro ataque suicida em 2009 que matou sete agentes da CIA e que, esse sim, foi reivindicado pelos taliban

Depois do fim da sua missão de combate em Dezembro do ano passado, a NATO mantém 12.500 soldados no Afeganistão, encarregues de formar e aconselhar os militares afegãos, que são os únicos no terreno a combater a ameaça dos taliban e de outros grupos armados emergentes que se dizem seguidores dos jihadistas do Estado Islâmico.

Pela primeira vez em 14 anos de insurreição, uma delegação de taliban afegãos encontrou-se oficialmente, na semana passada no Paquistão, com responsáveis do governo de Cabul, numa reunião supervisonada por responsáveis dos Estados Unidos e da China. Este  primeiro contacto visou abrir o caminho para negociações de paz capazes de estabilizar o Afeganistão e travar os níveis de ataques contra civis.

A dificultar estas negociações está a desconfiança dos taliban em relação ao papel “facilitador” do Paquistão e a crescente presença no país de combatentes do Estado Islâmico que querem para si o monopólio da jihad no Afeganistão.

 
 

  

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