Alexandre Solleiro deixa administração dos hotéis Tivoli

Com dívidas de mais de 176 milhões de euros, a empresa aguarda a homologação do Plano Especial de Revitalização

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Edifício do Tivoli Lisboa é um dos quatro imóveis vendidos aos tailandeses Minor Carla Rosado

Depois de nove anos à frente da Tivoli Hotels & Resorts, Alexandre Solleiro vai deixar a administração da empresa hoteleira, que ainda aguarda a homologação do Processo Especial de Revitalização (PER) aprovado pelos credores e é detida pela insolvente Rioforte (grupo GES).

Num comunicado interno a que PÚBLICO teve acesso, Alexandre Solleiro agradece aos trabalhadores a “colaboração e confiança” que “mantiveram a equipa unida nos momentos difíceis vividos nos últimos meses”. O gestor irá abraçar “um novo rumo num outro continente” e cessa funções durante a segunda quinzena de Julho. Na sequência da sua demissão, Ana Paula Marcelo e Filipe Santiago assumirão as pastas de Alexandre Solleiro, sendo que Filipe Santigado passa a integrar as administrações da Marinotéis, Sotal, Hotelagos, Tivoli Gare do Oriente e Coimbra Jardim Hotel.<_o3a_p>

Na carta, com data de 18 de Junho, o administrador sublinha que terminaram duas etapas “decisivas” para o futuro da empresa: a aprovação dos planos de recuperação pelos credores e a assinatura dos acordos com a Minor. “Falta completar a etapa final que é a da homologação dos PER e respectivo trânsito em julgado”, detalha.<_o3a_p>

O colapso do Grupo Espírito Santo (GES)  - do qual faz parte através da Rioforte -  apanhou a Hotéis Tivoli em pleno processo de negociação para a venda dos seus activos. Por estar numa situação económica difícil e por prever, a curto prazo, “sérias dificuldades” para cumprir com as suas obrigações, decidiu avançar com um pedido de PER. Este plano foi aprovado pela larga maioria de credores - a quem a empresa deve mais de 176 milhões de euros - e conta com o financiamento do grupo tailandês Minor Hotel Group (MHG) que pagará 82,5 milhões de euros pelos créditos e assumirá o actual passivo de 69 milhões, como noticiou recentemente o Diário Económico.

A Minor avançou, em Janeiro, para a compra dos dois hotéis Tivoli no Brasil e de quatro imóveis da cadeia hoteleira do grupo português (Tivoli Lisboa, Tivoli Marina de Vilamoura, Tivoli Marina de Portimão e Tivoli Carvoeiro), detidos pelo Fundo de Investimento gerido pela GNB Gestão de Activos (antiga ESAF - Espírito Santo Activos Financeiros).O investimento total foi de 168 milhões de euros.

Foi na década de 1990 que o GES investiu, pela primeira vez, na hotelaria. Comprou três hotéis em Lagos, Carvoeiro e na marina de Vilamoura e expandiu a rede para Lisboa, Coimbra e Sintra. O Brasil também entrou no portefólio da empresa, com um hotel em São Paulo e um resort na Praia do Forte, em Salvador da Baía. No total, detinha 14 unidades e três mil quartos.

A Rioforte já vendeu a ES Viagens (dona da Top Altlântico) à Springwater Capital por um valor não conhecido e desfez-se de parte do capital da Espírito Santo Saúde, vendida à chinesa Fosun por 134,2 milhões de euros.

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