Taliban atacam Parlamento afegão com explosivos e homens armados

Dezenas de civis ficaram feridos, mas deputados e responsáveis governamentais saíram ilesos. Confrontos duraram mais de duas horas.

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Ataque começou com a explosão de um carro-bomba às portas do Parlamento Mohammad Ismail / Reuters

O Parlamento do Afeganistão foi atacado na manhã desta segunda-feira por um carro armadilhado e sete homens armados do grupo extremista taliban. O ataque fez 31 feridos, todos civis, de acordo com o Governo afegão. Para além dos atacantes, não há notícias de mais mortos. Deputados e responsáveis governamentais saíram ilesos, apesar dos danos menores ao edifício causados pela explosão.

O ataque começou com a explosão de um carro-bomba às portas do Parlamento. Simultaneamente, sete combatentes taliban lançaram uma segunda onda de ataques ao edifício, segundo afirmou um porta-voz do Ministério do Interior, que desmentiu assim uma versão inicial que apontava para seis homens armados.

A troca de tiros durou mais de duas horas. Os sete homens foram mortos e o Parlamento evacuado. A maior parte dos feridos foi causada pela explosão do carro-bomba. O momento foi capturado pelas câmaras que acompanhavam a sessão no Parlamento.  

No interior do edifício estavam vários deputados e altos-responsáveis do Governo. A explosão aconteceu durante o discurso de apresentação do novo ministro da Defesa, que estava a ser apresentado pelo orador do Parlamento no momento da explosão.

Os taliban afirmam que essa foi a razão do ataque. Zabiullah Mujahed, porta-voz do grupo extremista, anunciou que o objectivo era tirar proveito da presença de um grande número de responsáveis no Parlamento. “Lançámos um ataque no Parlamento porque havia um encontro importante para apresentar o novo ministro do país”, afirmou Mujahed à Reuters, por telefone.

Como escreve o enviado do diário britânico The Guardian em Cabul, Sune Engel Rasmussen, o novo ministro da Defesa não estava no edifício.

Este é um dos ataques mais ousados dos taliban nos últimos anos, como escreve a Reuters, e mais um exemplo de como o país ficou fragilizado depois da saída da maioria dos militares estrangeiros do Afeganistão no final de 2014.

O ataque desta segunda-feira coincidiu com uma nova conquista territorial do grupo extremista. Os taliban tomaram mais um distrito de Kunduz, o segundo, no nordeste do país. 

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