Associação abre unidade para apoiar e integrar adolescentes em Loulé

ARS reconhece lacunas existentes na área da saúde mental de crianças e jovens no Algarve.

A primeira Unidade Sócio-Profissional para adolescentes, portadores de doença mental, foi inaugurada esta sexta-feira no Algarve. Tem capacidade para 20 utentes, mas as carências ao nível de equipamentos e profissionais são grandes na região, com apenas uma psiquiatra infantil para responder a todas as solicitações.

A representante da Administração Regional de Saúde do Algarve (ARS), Natália Correia, reconheceu, durante a cerimónia, que a assistênciana área da saúde mental das crianças e adolescente representa “uma grave lacuna na região”. A resposta a este problema partiu da Associação de Saúde Mental do Algarve (ASMAL), a entidade que protagonizou o projecto da construção desta unidade,  destinada a promover  programas de reabilitação psicossocial para adolescentes dos 13 aos 17 anos.

O novo equipamento situa-se em Loulé, num terreno cedido pelo município, que comparticipou, também, financeiramente na construção da obra com cerca de 100 mil euros. Numa altura em que o Governo recua nos apoios às áreas da saúde, disse o presidente da Câmara, Vítor Aleixo (P), “são os municípios que têm de dar os passos para resolver os dramas de muitas famílias”.

Na sequência do que afirmara a vogal do Conselho de Administração da ARS sobre a falta de meios, o autarca sublinhou: “Esta é  uma área que é parente pobre, nos serviços sociais e de saúde”. No final da cerimónia, foi mostrada aos presentes uma das faces visíveis do projecto que a ASMAL pôs em andamento: o jardim que envolve o edifício, situado na Zona Industrial de Loulé, foi construído pelos formados do Centro de Educação, Formação e Integração Profissional, que funciona há mais de uma dezena de anos.

Ao fim de 12 anos a “sonhar”  com a  obra, a presidente da ASMAL, Fernanda Pires, manifestou-se satisfeita com os apoios que recebeu de diferentes quadrantes políticos e da sociedade. “O sonho, para voar, não pode estar sozinho”, sublinhou Natália Correia, referindo-se à necessidade de reforçar a assistência nesta área . A Unidade Sócio-Ocupacional irá funcionar em articulação com os serviços de saúde mental da infância e adolescência e com as escolas.

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