Liga dos Bombeiros diz que reforço de ambulâncias para INEM é "tardio”

INEM quer investir, no espaço de um ano, cerca de 22 milhões de euros em mais de 50 novos meios de socorro e emergência médica.

Foto
Segundo o presidente do INEM, apenas está a ser ponderado o fim do transporte nocturno dos helicópteros ligeiros Nelson Garrido (arquivo)

A Liga dos Bombeiros Portugueses considerou, esta quarta-feira, que o reforço do INEM com mais de 50 meios de socorro e emergência médica vai ajudar, embora seja uma "medida tardia", porque ainda faltam ambulâncias em 30 municípios.

Em declarações à agência Lusa, Jaime Soares, presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), regozijou-se com o anúncio feito na terça-feira pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), avançando que irá ajudar as associações, embora peque por tardio. "Há um conjunto de VEM (ambulâncias de emergência) que já deviam ter sido, algumas, distribuídas em 2014 e outras em 2013", disse Jaime Soares, recordando a existência de um protocolo assinado entre a Liga e o INEM para que os 308 municípios portugueses possuam uma ambulância.

Jaime Soares sustentou que o protocolo está longe da sua concretização, considerando que as ambulâncias que vão ser entregues este ano estão dentro daquilo que ficou estabelecido. "Esperamos que o ritmo seja mais rápido, para poder concluir este processo de uma ambulância de emergência em cada município instalada no corpo de bombeiros", sublinhou. "Depois desta entrega, ficarão a faltar cerca de 30 municípios", afirmou.

O INEM vai investir, até ao fim do ano, cerca de 22 milhões de euros em mais de 50 novos meios de socorro e emergência médica, informou terça-feira a instituição, em comunicado. Sublinhando que se trata de duas novas viaturas de emergência e reanimação (VMER), sete ambulâncias de suporte imediato de vida, 13 ambulâncias de emergência médica, cinco motos de emergência e 25 postos de emergência médica (ambulâncias). O INEM justifica que o investimento inicial é de cerca de 3,5 milhões de euros, a que acresce o custo operacional anual de 19 milhões. 

Jaime Soares lembrou também que o organismo a que preside insiste em rever o protocolo com o INEM, uma vez que considera que há situações incluídas no documento que "estão desajustadas da realidade e da evolução do dia-a-dia, da sociedade e dos próprios bombeiros", sem no entanto especificar quais. O responsável lembrou também que os bombeiros são "um parceiro essencial" do INEM, já que segundo este "80% da actividade do instituto é desenvolvida pelos corpos dos bombeiros, nomeadamente dos voluntários".

O presidente da Liga anunciou a realização, ainda esta quarta-feira, de uma reunião do 'estado-maior' dos bombeiros, que irá juntar os presidentes do INEM, da LBP, da Escola Nacional de Bombeiros e o Director Nacional dos Bombeiros.

Sugerir correcção
Comentar