INEM e Governo cedem às reivindicações e técnicos admitem cancelar a greve

Técnicos receberam proposta final sobre a regulamentação da carreira. Sindicato consultará profissionais para decidir cancelamento do protesto nacional marcado para dia 24. INEM vai investir 22 milhões em mais meios.

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A morte foi declarada no local pelo INEM Nelson Garrido

Os técnicos de emergência médica do INEM admitem vir a cancelar a greve às horas extraordinárias em Lisboa depois de o Governo ter entregado esta terça-feira a proposta oficial para a regulamentação da carreira que já há muito tempo é reivindicada por estes profissionais.

“Podemos vir a levantar também a greve [marcada para dia 24 deste mês], mas teremos primeiro de conversar com os técnicos em assembleia para perceber se é essa a sua vontade”, disse ao PÚBLICO o presidente do Sindicato dos Técnicos de Ambulância de Emergência (STAE), Ricardo Rocha que recebeu esta terça-feira a proposta de carreira das mãos do secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa, com quem esteve reunido.

Fartos de não terem respostas às suas reivindicações, os técnicos recusam há mais de uma semana a realização de horas extraordinárias e o INEM, sem meios para conseguir colocar profissionais em todos os turnos, encerrou esta segunda-feira duas bases onde tinha ambulâncias no centro de Lisboa. Apenas os técnicos do INEM em Lisboa estão a recusar fazer horas extraordinárias, mas a partir de dia 24 deste mês todos os restantes profissionais do instituto iriam aderir a esta greve.

O presidente do INEM, Paulo Campos, também esteve presente na reunião e explicou que só criou uma base com uma ambulância de suporte imediato de vida em Lisboa, com um enfermeiro, para fazer face aos efeitos da greve dos técnicos e que “está disponível para a desmobilizar logo que aqueles profissionais voltem a fazer os turnos” de horas extraordinárias, segundo Ricardo Rocha. “Se fizermos os turnos, o presidente garantiu que irá reabrir todos meios e melhorar as instalações de 15 bases no norte, centro e sul do país que consideramos estarem em más condições”, disse o dirigente.

O sindicato, que sublinha não ter ainda recebido a nova tabela salarial que deverá acompanhar a regulamentação da carreira, vai agora analisar a proposta. “Esteve avanço é bom, mas é importante sublinhar que isto já podia ter sido resolvido se o presidente o tivesse querido antes. Tivemos de recorrer ao Ministério da Saúde”, acusa Ricardo Rocha.

De acordo com o sindicato, o Governo também garantiu que o INEM irá pagar o valor das horas extraordinárias em falta desde 2013. “Desde então que pagam essas horas como se trabalhássemos 35 horas semanais, mas trabalhamos 40 e os valores estão por lei indexados ao número de horas semanais”, explicou Ricardo Rocha.

No âmbito das negociações, os técnicos também receberam a garantia de que o subsídio de refeição devido em período de trabalho suplementar passará a ser pago. Após a reunião, o INEM adiantou em comunicado que irá investir 22 milhões de euros, ainda este ano, na disponibilização de mais 52 novas viaturas de socorro e emergência médica.

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