Advogado de Sócrates acusa procurador de querer manter "o circo a funcionar"

O comunicado de João Araújo na íntegra.

Foto
Advogado de Sócrates nega favorecimento de cliente ao empreendimento de Vale de Lobo. Enric Vives-Rubio

À medida que vamos andando neste processo, mais se revela que o Ministério Público prendeu José Sócrates para investigar e investiga para suspeitar. Depois, divulga as novas suspeitas aos arautos do costume, embrulhadas em partes do processo dito em segredo de justiça e recomeça a dança – novas suspeitas e mais papel vendido. Até à próxima.

Agora, o favorecimento de VALE DE LOBO por José Sócrates e pelo seu Governo é a nova suspeita do Ministério Público. Revelada juntamente com transcrição de um interrogatório, este novo passo em frente vem alimentar a campanha de maledicência e mostrar que as autoridades continuam vigilantes.

Porém, esta nova suspeita, como as outras, alimenta-se unicamente de si própria, sem que nenhum facto dê substância mínima à suspeita. Depois desta importante revelação, ninguém que tenha lido o que para aí se escreveu e ouvido o que para aí se disse conseguirá dizer em que consistiu esse favorecimento. E, valha a verdade, nem mesmo o inventor da suspeita sabe do que, de que factos, suspeita – limita-se a frases e palavras sem significado inteligível: fala de “implementar”, menciona “autarquias” e de coisas de quejando significado.

Convém, neste novo vazio, deixar um par de afirmações, que o futuro próximo irá confirmar:

 O favorecimento de Vale de Lobo pelo Governo de José Sócrates é uma afirmação insensata e falsa, sem qualquer fundamento, mesmo inventado.

O Plano Regional de Ordenamento do Território para o Algarve aprovado em 2007 não visou favorecer nem favoreceu nenhuma empresa ou entidade particular, designadamente o Empreendimento de Vale de Lobo;
 

·Este Plano, cujos trabalhos se iniciaram ao tempo do Governo do Dr. Durão Barroso, prosseguiram com o Governo do Dr. Santana Lopes, ficaram concluídos em 2007, já no Governo de José Sócrates;

·Nem da parte de José Sócrates, nem da parte de qualquer membro do seu Governo será possível identificar algum propósito, alguma instrução, alguma decisão, que possa ser vista como favorecendo esta ou qualquer outra entidade ou empresa.

Ciente de que as suspeitas do Ministério Público tendem a, depois de lançadas ao vento, ficar a jazer, à espera de novas suspeitas que as recauchutem ou substituam e mantenham o circo a funcionar, José Sócrates não deixará que, desta vez, isso aconteça. O que foi posto em causa foi, mais do que a honra dele, a honra do Governo de Portugal e das pessoas e das instâncias técnicas, administrativas e políticas que intervieram na elaboração do PROT Algarve 2.

Os responsáveis por mais esta calúnia insensata e irresponsável terão de responder por ela, em todas as sedes possíveis, a começar pela que escolheram – a da opinião pública.

João Araújo
Advogado

Sugerir correcção
Ler 2 comentários