Padre do Fundão condenado por abuso de menores ficou em liberdade

Luís Mendes foi sentenciado a dez anos de cadeia, mas extinguiu-se o prazo máximo de prisão preventiva

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Adriano Miranda/ Arquivo

O antigo vice-reitor do Seminário Menor do Fundão, o padre Luís Mendes, condenado a dez anos de prisão por 19 crimes sexuais envolvendo menores, ficou em liberdade, após ter sido ultrapassado o prazo de prisão preventiva. O padre tem estado numa residência eclesiástica da Guarda com pulseira electrónica.

O Tribunal de Castelo Branco confirmou ao PÚBLICO que foi essa a decisão do juiz encarregue do caso. Em Dezembro de 2013 os juízes do Fundão tinham dado como provado que Luís Mendes, de 37 anos, havia abusado de seis jovens com idades entre os 11 e os 15 anos, cinco das quais internados no seminário. No seu computador portátil a Polícia Judiciária encontrou uma foto sua vestido de mulher, em poses eróticas, bem como outras fotografias do pároco com ex-seminaristas “em trajes menores”, em “tronco nu”, com “chantilly” e “na cama”.

O facto de os advogados do arguido terem recorrido da condenação para o Tribunal da Relação de Coimbra fez com que Luís Mendes não tivesse começado a cumprir pena, mantendo-se, porém, em prisão preventiva. Mas extinguiu-se este fim-de-semana o prazo máximo dessa medida de coacção, dois anos e meio, sem que a justiça tivesse proferido uma decisão final sobre o caso, explica o Jornal de Notícias na edição desta segunda-feira. O Tribunal da Relação de Coimbra também considerou o arguido culpado mas ordenou à primeira instância, o Tribunal do Fundão, que refizesse parcialmente o acórdão proferido no final de 2013, por forma a suprir uma nulidade da decisão – o que foi concluído apenas na semana passada, não a tempo de evitar que o pároco ficasse em liberdade.

O pároco encontrava-se em prisão domiciliária desde o dia em que foi detido, a 7 de Dezembro de 2012.

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