Ex-dirigente da FIFA promete “avalancha” de segredos

Jack Warner é procurado pela Interpol e teme pela vida. “Blatter sabe por que caiu”.

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Jack Warner foi vice-presidente da FIFA Andrea De Silva/Reuters

“Até agora estive calado, temendo que este dia pudesse chegar. Agora não o vou fazer mais”. Foi desta forma que Jack Warner, antigo vice-presidente da FIFA, se dirigiu aos habitantes de Trindade e Tobago (e ao mundo) para comentar a sua implicação no caso de corrupção que tem abalado o futebol mundial.

Numa comunicação na televisão tobaguenha TV6, Warner disse temer pela vida, mas afirmou, citado pelo Guardian, que “nem a morte vai parar a avalancha que aí vem”. Segundo a Reuters, o empresário e político tobaguenho instruiu os seus advogados a comunicarem às autoridades nacionais e internacionais que está disposto a contar tudo o que sabe.

O ex-vice-presidente da FIFA, que está a ser investigado pelo FBI e consta da lista dos mais procurados da Interpol, afirmou ter documentos que ligam a FIFA às eleições de 2010 na Trindade e Tobago. “Também conheço transacções internacionais na FIFA, incluindo – mas não só – o seu presidente, Sepp Blatter”, ameaçou Warner, que é uma das figuras centrais do caso de corrupção que está a abalar a FIFA e que levou já à demissão de Blatter.

“Blatter sabe por que caiu. E se mais alguém sabe, sou eu”, acrescentou ainda Jack Warner, que é suspeito de ter recebido subornos.

Estas declarações de Warner surgiram horas depois de ter sido tornada pública a confissão de Chuck Blazer, outro ex-vice-presidente da FIFA, por ter recebido subornos no processo de atribuição da organização dos Mundiais de 1998 (França) e 2010 (África do Sul).

O ex-membro do comité executivo, cargo que desempenhou entre 1996 e 2013, declarou-se culpado numa declaração feita à justiça norte-americana em Novembro de 2013, num tribunal de Nova Iorque, e que agora se tornou pública.

Estes casos de corrupção na FIFA estão a ser investigados pelas autoridades norte-americanas. Na quarta-feira, a Procuradora-Geral dos Estados Unidos, Loretta Lynch, disse que a prática de corrupção no organismo que gere o futebol mundial era cíclica e subia “até às mais altas esferas”.

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