Portugueses insatisfeitos com a economia mas felizes com as relações pessoais

Relatório do Eurostat conclui que situação financeira coloca portugueses entre os europeus menos satisfeitos com a qualidade de vida.

Foto
A pontuação mais elevada dos portugueses foi registada quando questionados sobre as suas relações pessoais Nelson Garrido

Os portugueses, os gregos, os cipriotas e os húngaros fazem uma avaliação muito semelhante da sua qualidade vida. Segundo um relatório do gabinete de estatísticas da União Europeia (UE), Eurostat, estão entre os europeus menos satisfeitos, em grande parte devido à situação financeira. Numa escala de zero a dez, as respostas dos portugueses sobre diferentes aspectos que influenciam o seu dia-a-dia resultaram numa pontuação de 6,2, abaixo de 7,1, a pontuação média da União Europeia.

Relações pessoais, habitação, tempo passado em transportes entre casa e trabalho, ambiente de vida, áreas verdes e recreativas, utilização do tempo, trabalho e situação financeira. Foi com base nestes oito critérios que a análise do Eurostat se debruçou e para a qual foi pedida uma avaliação aos europeus com mais de 16 anos. Os resultados referem-se a 2013 e foram apresentados esta segunda-feira. A cada país foi atribuída uma pontuação de zero (totalmente insatisfeito) a dez (completamente satisfeito).

No caso dos portugueses, a pontuação mais elevada foi registada quando questionados sobre as suas relações pessoais. A média da UE é de 7,8. Portugal ficou com 7,9. A maior insatisfação manifestada pelos portugueses foi sobre a sua situação financeira. A média entre europeus é de 6,0, mas em Portugal cai para 4,5 pontos. Pior do que os portugueses sentem-se os búlgaros (3,7) e os gregos (4,3). Os europeus mais satisfeitos vivem na Dinamarca, Holanda, Finlândia e Suécia, onde as pontuações são acima dos 7 pontos.

A pontuação média de Portugal para o tempo gasto entre a casa e o local de trabalho foi de 7,5 (UE 7,4), para a habitação 7,3 pontos (UE 7,5), e para a satisfação com o emprego 7 (UE 7,1).

Os búlgaros são os europeus menos satisfeitos com a qualidade de vida (4,8 de pontuação), em contraste com a Suécia, Finlândia e Dinamarca, todos com uma pontuação de 8.

Apesar da crise económica ou das diferenças entre as respostas de cada país às necessidades das suas populações, uma boa avaliação dos relacionamentos pessoais é transversal entre os Estados-membros. Este critério que serve para avaliar a qualidade de vida dos europeus foi o que recebeu as pontuações mais altas em quase todos os países. À excepção da Bulgária, revelaram pontuações entre os 7 e os 8 pontos. A Irlanda lidera na satisfação com as relações pessoais, com uma pontuação de 8,6, sendo a média europeia de 7,8. Seguem-se a Dinamarca e Áustria (ambas com 8,5) e Malta (8,4).

Porém, houve países onde os relacionamentos não receberam as pontuações mais elevadas. Foi o caso da Bélgica e da Finlândia, que deram a sua nota mais alta às condições de habitação, ou da Suécia, onde a satisfação com áreas verdes e recreativas é mais significativa.

Com base nestas pontuações, o Eurostat avança no seu relatório Qualidade de vida na Europa que quase metade dos europeus dentro da União Europeia (49,2%) admitiram um nível médio de satisfação com a sua situação financeira em 2013 (6-8 de 10), 37,6% indicaram um nível de satisfação baixo e apenas 13,2% um nível elevado de satisfação.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários