Os Verdes querem políticas alternativas para o país

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O Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) defendeu neste sábado a necessidade de serem encontradas alternativas políticas e económicas para Portugal e considerou que as próximas eleições legislativas são uma oportunidade para tal, nomeadamente com o reforço da CDU.

"Na moção estratégica que aprovámos defendemos a necessidade de uma alternativa para Portugal, que deve ser construída com a participação dos Verdes, e as eleições legislativas são a oportunidade para construir essa alternativa", disse à agência Lusa a dirigente nacional do PEV Manuela Cunha, no final da 13.ª convenção do partido.

Para Manuela Cunha, "é preciso reavivar a memória do povo para que o voto não volte a ser usado para alternância, mas sim para criar um quadro parlamentar que crie alternativas políticas, o que passaria pelo reforço da CDU, onde estão Os Verdes".

O PEV terminou, em Lisboa, a sua convenção nacional, onde foram eleitos os órgãos nacionais do partido e aprovada a moção de Acção Política que define a sua estratégia para o futuro próximo.

A renegociação da dívida do país, em montantes, prazos e juros, a necessidade de uma fiscalidade ecologista e a necessidade de defender e reforçar os serviços públicos, são algumas das prioridades definidas na moção estratégica dos Verdes.

As consequências das políticas de austeridade para os portugueses e para Portugal foram o mote para o debate iniciado na sexta-feira e marcaram a intervenção de encerramento, feita pelo deputado José Luís Ferreira, que não poupou críticas aos partidos do Governo e ao Partido socialista.

O deputado do PEV responsabilizou os três partidos pelo estado do país e pelo empobrecimento dos portugueses.

José Luís Ferreira acusou o Governo de mentir aos portugueses ao manter os cortes dos salários e das pensões, que tinham sido apresentados como provisórios, ao mesmo tempo que financia a banca e reduz os impostos das empresas.

"A austeridade destruiu a nossa produção. Entre 2008 e 2014 o PIB caiu 6,6% (...), foram destruídos mais de meio milhão de postos de trabalho", disse o parlamentar, acrescentando que neste período os salários do sector público caíram 26% e os do sector privado caíram 13%.

Segundo o dirigente do PEV, os portugueses "pela mão do PS, PSD e CDS" chegaram a 2015 "com um país empobrecido, mais dependente e completamente refém de uma dívida insustentável".

"Afinal tantos sacrifícios, tanta austeridade para nada", disse, defendendo a necessidade de Portugal recuperar a sua soberania orçamental.

Os órgãos nacionais do PEV (Comissão Executiva e Conselho Nacional) tiveram uma renovação de 26% e têm uma participação feminina de 53%.

 

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